O Senhorio de Vale de Cambra, anteriormente Macieira de Cambra e mais genèricamente «terra» de Cambra, estava no princípio da Monarquia, como já atrás dissemos e mais adiante repetiremos, incorporado espiritualmente no domínio da diocese de Mérida, Espanha, vindo mais tarde a ser incluído no património dos bispos de Coimbra, transitando sucessivamente para os bispados de Aveiro e do Porto; enquanto que no temporal veio a ser doada no século XIV aos Pereiras da Feira, onde eram potentados.
Fernão Pereira, o pai do primeiro Conde da Feira, foi terceiro senhor de Cambra, e por carta régia de D. Afonso V de 21-XII-1467, foi confirmado ao filho, primeiro conde, Rui Vaz Pereira, o senhorio em sucessão, como em carta de D. João II de 7-XII-1468, foi confirmado ao filho dele, segundo conde, etc.
No cadastro da população de 1527, cita-se em referência excepcional em tal registo, a honra e «quinta» de Vila Nova, do Conde da Feira, isto é, do senhor de Cambra, que veio a cair nos senhores de Santa Maria, os Pereiras, de que saíram os condes da Feira.
Extinta a família dos Pereiras, condes da Feira e senhores de Cambra, passou o senhorio de Vale de Cambra para a Casa do Infantado, de onde não mais saiu.