Imaginação Criadora
Deste que foi o nosso inventor de variadíssimas coisas, mas aquela que mais o honrou a nível Nacional, foi sem qualquer dúvida no passado estas suas FECHADURAS, que o Senhor Augusto Tavares da Silva, que era natural de Janardo-Castelões, parou na Gândra e rapidamente se mobilizou com a sua elevada inteligência, nestas quatro fechaduras de sua autoria invioláveis, com as patentes: 17053, 19338, 19370 e 20157.
E cada uma das mesmas, apresentavam os seus segredos: a 17053, fechadura luminosa, que funcionava sem a ajuda da luz.
A patente nº. 19338: era uma fechadura de segredo inviolável.
A patente nº. 19370: era uma fechadura sem lingueta e o seu punho do trinco era o único dispositivo para abrir e fechar.
A patente nº. 20157: referia-se a uma fechadura de segredo com trinco e canhão, que permitia utilizar uma só lingueta com o fecho e o trinco ao mesmo tempo, podendo também funcionar 2 carmona de segurança.
Este senhor “Augusto Sió “, que mais tarde assim começou por ser tratado e conhecida na terra, pelo seu valor de utilidade em tantos eventos que idealizou, e sempre pronto a ajudar os clientes que tinham necessidade da abertura do seu cofre ou portas, que por lapso tinham esquecido o seu código ou chaves e ele, estava sempre presente e utilizava o seu saber, dando a liberdade as coisas e que muitas delas eram sempre executados por ele, mais tarde pensou numa oficina de “ Cromados e seus variados, no seu terreno na Avenida dos Combatentes (hoje Camilo Tavares de Matos), com pessoal especializado para o bem servir do público em geral.
Além da sua imaginação, coragem e bastante inteligência, tinha também como acumulação a sua verdadeira fé.
Personalidade muito crente e decidido, mandou construir no seu lugar com imagem e nicho o “Redentor no Alto de Janardo“, com a imagem do Nosso Senhor das Almas, datado de 06/08/1936, e com alguns memorandos.
“Se és crente tens aqui o teu DEUS,
Se não és tens o teu Caminho“.
Também no seu prédio mandou abrir um espaço, nicho para a colocação e “intenção a Nossa Senhora da Piedade, imagem essa que ainda se encontra, à disposição de todo aquele paroquiano, e não só, que tenha FÉ “, no mesmo prédio a seguir ao Nicho, era a Oficina de Relojoaria do seu filho Salomão, depois o estabelecimento Leitaria da Lacto-Lusa Ldª, para a seguir termos a esplêndida Livraria Castanheira, com o seu sobrinho Manuel e o seu dono Firmino Castanheira, que era invisual, mas que percorria toda a Vila, com a saca de ganga azul ao peito, a bengala sinalizada na mão, e assim distribuía todos os jornais diários e lotarias.
Este senhor, foi sempre muito querido na terra pela sua conhecida criatividade, amizade e postura que fez dele uma figura muito importante entre todos nós e que por tal, é digno desta verdade que se descreve dos meus poucos conhecimentos, mas sempre gostei de admirar todo o aquele ser humano, trabalhador, sério, amigo e prestável para com os seus e para todo aquele que lhe bate à PORTA, pedindo ajuda.
Bom homem, bom amigo e comentado inventor, Deixou na sua família alguns seguidores Que se orgulham dele e do seu ensinamento E eu, no meu livro que indico muito pouco Do que foi o seu passado, mas fica como LOUVORES...
Por Arlindo Gomes
Blog – 29 de Junho de 2019
Augusto Tavares da Silva foi também inventor da bilha de leite inviolável, de uma máquina para acabamento de calçado e outras patentes registadas em Portugal, Espanha, França, Canadá e Estados Unidos da América. Foi comerciante e deixou-nos também um pequeno livro de poemas Esboços do Pensamento (1933) que pode ser lido AQUI.
Recolha de Adolfo Coutinho
A determinada altura foi assaltado e roubaram-lhe o ouro todo, tendo ficado na miséria. A partir de então pensou criar uma fechadura inviolável, para nunca mais ser roubado.
Foi o inventor de várias patentes, registadas em Portugal, Espanha, França e em outros países. Entre elas refiram-se as seguintes: com o número 17.053 – Fechadura Inviolável; Nº 19.370 – Fechadura Rápida; Nº 28.900 – Novo dispositivo de travagem antifricção; Nº 20.157 – Canhão de Segredo; Nº 35.718 – Nova fechadura inviolável de segredo; Nº 39.661 – Bilha inviolável e patente da máquina para acabamento de calçado; Nº 1.313.749 – Patente Francesa; Nº 261.498 – Patente Espanhola.
Estas patentes foram registadas em datas e locais diferentes. O título da patente Nº 3718, por exemplo, para uma Nova Fechadura Inviolável de Segredo, foi assinado pelo Diretor-Geral do Comércio e pelo Chefe da Repartição de Propriedade, em Lisboa, em 6 de Julho de 1959.
Inventou também uma máquina automática de engraxar sapatos. Ligado à agricultura, através da sua Quinta do Dourado, inventou a chamada “Bilha Inviolável”, que evitava a falsificação do leite através da mistura com água. Depois de sair do lavrador na “Bilha Inviolável”, o leite só saí e não havia hipótese de entrar qualquer outro produto.
Este inventor também se dedicou à exploração de pedreiras, tendo havido um acidente com uma camioneta por motivo de falta de travões. A partir daí estudou o processo de travões hidráulicos, que, com algumas melhorias posteriores, está na origem do sistema atualmente existente.
Mais pormenores em “Memórias Soltas III”, editado em 2019 e ainda disponível para venda – (Adolfo.coutinho@netcabo.pt)
Quem foi Augusto Tavares da Silva?
Recolha de Adolfo Coutinho
Augusto Tavares da Silva nasceu em Janardo a 01.05.1891, filho de António Tavares da Silva, natural de Ribeiradio e de Ana Maria de Jesus, natural de Janardo; neto paterno de avô incógnito e de Joaquina Rosa; neto materno de avô incógnito e de Maria de Jesus, de Janardo.
Em 24 de julho de 1907 pediu no Governo Civil de Aveiro passaporte para o Brasil, chegando a Santos no dia 15 de agosto de 1907. Depois de ter estado ali cerca de dois anos, regressou a Portugal.
Em Vale de Cambra criou, então, uma oficina de reparação e aluguer de bicicletas. Quando as alugava costumava dizer, em tom “abrasileirado” — “Ó Sinhó (senhor) não ande tão de força” – daí veio o nome SIÓ pelo qual ficou conhecido.
Mais tarde começou a compor relógios antigos e a trabalhar com ouro, tendo montado uma ourivesaria.
Mais pormenores em “Memórias Soltas III”, editado em 2019 e ainda disponível para venda – (Adolfo.coutinho@netcabo.pt)