Todos somos feitos de cordas


Todos somos feitos de cordas qual cérebro qual coração
cordas de violino cordas de guitarra cordas de enforcar
cordas daquelas que amarram cruelmente os barcos ao cais
e os fazem soluçar
Já viram coisa mais triste do que os barcos a soluçar presos
às argolas do cais
Felizes os que têm por amarra as cordas de um violino ou as
cordas de uma guitarra
Lá para os lados da evasão no caminho de Santiago em dias
de vibração uma floresta de cordas uma floresta de sons
explode em fogo de artifício nos dedos de Uriarte e as cordas
que nos prendem por mais duras que sejam tocam sempre
uma canção