Sento‑me na madrugada


Sento-me na madrugada e deixo-me banhar na fresca luz do
amanhecer
Ocorre-me sair para norte… ou será para o sul
Coabitar comigo mesmo as horas do sol presente aprender a
revisitar sem mágoa o tempo das horas que sempre foram
madrugada
Sem voz nova na garganta ver cair a água da montanha
levando consigo a canção gelada que o sol e sombra da
memória ainda cantam
Esquecer todos os recantos deste canto por onde passo e me
revejo na luz difusa de outra madrugada anoitecida antes de
o sol ser dia de todas as manhãs