Senta‑te e lê com calma


Senta-te e lê com calma
Enquanto lês deixa pousar nos lábios o tal beijo pequenino
A partir de hoje somos donos de um segredo bonito
Se algum dia a chama-menina crescer ao sopro de um vento
suave diz-me que eu saberei dar-lhe o tamanho da chama
que acendi
Tu não és vulgar na tua cabeça e no teu peito bonito há
imensas flores brancas adormecidas tu não és de letras nem
de artes és de asas que anseiam por abrir-se não de asas que
rastejam por aí tu és simples feita de natureza e ternura leve
como a brisa da manhã és uma flor que nasceu “ao calhas”
no meio da erva seca e precisa de ser regada com água pura
e cristalina
Só eu sei tratar de flores assim por isso me deixei envolver
no teu perfume de terra molhada
Contigo sonhei tudo te ensinei levei-te a Roma a comprar
lindos vestidos fizemos amor numa noite cheia de luar