Ontem à noite… quem diria


A poesia era o espaço entre a inocência e o dia uma espécie
de alforria redimindo à boca da sorte o silêncio de mil noites
Vago sentimento de uma consciência acordada pelo gemido
do vento poesia real fundida e refundida sensual e nua
A vítima que há dentro de nós procura sempre o amor na
densidade dos processos na empatia do sofrimento
Nada mais relativo-magnético do que o sofrimento
movimento de tudo senhor do silêncio vivo que arde dentro
do poeta
A poesia distorce a relação com a vida e abraça o sonho
parasita do amor verdadeiro e cada um tem dos restos de si
próprio a elegante ideia de uma identidade interior
A poesia é assim
Ontem à noite… quem diria