O Tempo

O Tempo
caminho da razão no ventre das horas vazias o sonho de não
serem horas todas as horas sem tempo

O tempo
uma sinfonia de sonhos nascidos entre as asas e os dedos
pintando as cores da razão por entre sombras e medos

O tempo
a força do abrigo das mãos dadas com a haste frágil do trigo
caminho incerto sobre abismos de gestos e palavras sem
regresso

O tempo
prisão de chegadas e partidas sem horas de liberdade um
poema crucificado nos labirintos da verdade

O tempo
uma guitarra chorando nos dedos da Primavera um beijo
sempre à espera entre os lábios do Verão

O tempo
horas de tudo e de nada na inquietude da mente a liberdade
acorrentada entre as velas e o vento

O tempo
uma paveia de esperanças nos braços da ilusão um poema
abandonado entre o sonho e a razão