Não me dês um título


Não me dês um título entre este rígido corpo e o cosmos
Deixa-me o traço fino deste constrangedor aperto entre o
que sou e o que não sou

Se fores capaz de me abrir estes braços cruzados entre o ser
e o não ser não me importa que me vejam o rosto

Deixa-me o traço fino do ser entre as mãos livres e o
pensamento cósmico da mente liberta

Não desfaças as sombras por imposição da luz nem me dês
um título entre o corpo rígido e o cosmos

Deixa-me o traço fino do gesto e a música do silêncio