Ela viveu muitos anos na cidade da memória


Ela viveu muitos anos na cidade da memória e foi-se
perdendo pelos recantos da alegria e da tristeza

Recordo-a ainda nos pátios sevilhanos da minha história nas
madrugadas alucinantes do canto cigano de Las Chapas e do
plangente grito das guitarras nuas

Eu quis que este encontro assomasse a alma das coisas e
tocasse as cordas de um violino onde quer que estivesse

Eu quis que a pintura fosse dura poética incendiada mas
a melodia desconcertada foi uma dramática dança de
marionetas