Deram‑me um rubi de fogo


Deram-me um dia um rubi de fogo quente como o sol poente
de um dia quente de Agosto
Pedra de sangue cintilava de esperança a desesperança do
anoitecer sem sol de outro dia
Montado o cenário tornava-se necessário vestir Psique e
expô-la sobre um rochedo no cimo da montanha
No fundo do extenso vale inebriante meu anel refulgiria
meu anel vincular fusão de liberdade e poesia
Febre de Eros iluminando a consciência meu anel infinito
círculo de imensidão centro do ser derrota de medos e
mundos roubando o tempo e o cosmos às formas de morrer
Anel de Salomão anel do Nibelungo religando vontades no
mais belo sorriso do mundo
Rubi de fogo olho único na cabeça da serpente que ao fim da
tarde se enrolou no sol ainda ardente