Dentro de mim não há ninguém


Dentro de mim não há ninguém à beira do rio que me
percorre

Sou poeta das ausências dos desejos e das fraquezas

Sou lume e enxofre das palavras mortas que vou parindo em
poemas que ninguém lê

Sou a exacta distância entre a impotência de Deus e as vozes
perdidas

Sou sacrário das mentes vazias e senhor dos rios que se
suicidam no mar