Por que nasceu
Na urgência dos tempos, a cultura deve ir ao encontro do cidadão, sair dos edifícios e das estantes.
Temos tudo na Biblioteca ou no Arquivo, mas fica tão longe do extremo do concelho… 25 km de caminhos que parecem não ter fim.
Como tornar perto o que está longe?
Em 1958, a Gulbenkian criou as Bibliotecas Itinerantes que palmilhavam montes e vales para chegar às pessoas.
Por cá nasceram iniciativas, como a “Esplanada do livro“, em 2000, e o Bibliomóvel que continua a percorrer todo o concelho.
Os tempos são outros. Há novos conteúdos e memórias, publicadas ou não, que chegam a todo o mundo pela via rápida da internet, sem a fronteira da distância.
Onde encontrar respostas para perguntas como estas?
Que individualidades transformaram, ao longo dos tempos, esta terra naquilo que é? Que pioneiros, visionários, empreendedores… (reconhecidos até internacionalmente), fazem parte da nossa história?
Que artistas nos honram com as suas obras? Que pintores, escultores, músicos… temos entre nós?
Que escritores, poetas e prosadores dão asas ao nosso imaginário?
Que estudos sobre Vale de Cambra enchem teses de doutoramento, ou de mestrado, nas mais diversas universidades?
Que histórias, lendas e tradições guardamos para as futuras gerações? Como se talhava o trasorelho, antigamente?
Que riquezas existem no nosso património arquitectónico, arqueológico, cultural? Quantas pontes e moinhos têm histórias para contar? Quantos miradouros abrem as suas janelas para o vale?
Que fontes, bebedouros, chafarizes, alminhas… povoam as nossas terras?
Quem baptizou Vale de Cambra de “Suíça portuguesa”? (não, não foi Ferreira de Castro.)
E o futebol? Do campo de jogos, junto à Feira dos Ovos, ao Estádio do Valecambrense? E a subida à Segunda Divisão? E o box, no antigo Mercado Municipal? E as serranias para lá do vale?
Não é na Biblioteca que se encontram respostas a todas estas perguntas. É neste espaço, que por isso nasceu, e até se pode consultar num telemóvel.
No entanto, por aqui, também se vai ao encontro do dia a dia.
A sirene dos bombeiros ecoa pelo vale. O que se passa? Basta ir a Ocorrências Activas.
Há uma fuga de água, o rio está poluído, é preciso ligar para o Centro de Saúde, Câmara, Finanças ou GNR? De Telefones Úteis pode ligar.
Que farmácia está de serviço agora? Em Farmácias de Serviço encontra a resposta.
A conversa já vai longa…
Esta será sempre uma história inacabada. O que é novo vai surgindo e o antigo vai-se revelando.
Nota
Por respeito ao leitor, este sítio não tem publicidade.
O autor
José Manuel Ruas
– Licenciado em Direito
– Pós-graduado em Multiculturalismo
– Ligado à formação, desde 1973, passando por todos os graus de ensino, excepto o primário
– Professor convidado da Universidade do Mindelo
– Criou o grupo coral de Coelhosa