Uma Rapariga Enlouquecida

Uma Rapariga Enlouquecida
Quadro de Adão Cruz
Essa rapariga enlouquecida improvisando a sua música,
A sua poesia, dançando sobre a praia,
Com a alma de si mesma dividida
Trepando, caindo sem saber aonde,
Escondendo-se entre a carga de um vapor,
De joelhos esfolados, essa rapariga, eu a declaro
Algo de majestoso e belo, ou algo
Perdido heroicamente, heroicamente achado.

Ocorresse o que ocorresse
Ela deixava-se envolver pela desesperada música
E envolvida, envolvida, construía o seu triunfo
Onde os fardos e os cestos não produzem
Qualquer som comum inteligível
Mas cantavam: «Ó faminto mar, mar esfomeado.»

W. B. Yeats
(in “Os Pássaros Brancos e outros poemas“, Relógio D’Água)

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