O meu nome é Marília Martins, tenho 22 anos e sou natural de Vale de Cambra.
Apesar do clichê, a verdade é que tenho um gosto por arte desde pequenina, sendo que este passou por várias áreas como a ilustração, pintura e também a música.
Sempre que surgia a pergunta “O que queres ser quando fores grande?” eu respondia “Pintora”.
Foi este gosto enorme por criar que me levou a frequentar a pintura, onde a professora Marta e a Isabel me educaram muito, tanto em termos de cultura visual como de técnica.
Os anos foram passando e, estando eu sujeita à evolução tecnológica, comecei a apreciar muito o desenho digital presente nos diversos locais da internet, sejam estes videojogos, animação ou diretamente dos artistas digitais.
Este novo gosto fez com que começasse a praticar desenho digital que, inicialmente, não correu nada como tinha planeado.
Não sabia utilizar a mesa digitalizadora, os desenhos saíam muito desproporcionais, as cores não combinavam, ou seja, a minha competência no digital não chegava aos calcanhares da tradicional.
Apesar da desmotivação e de apenas mostrar ao mundo os meus desenhos tradicionais, não deixei de praticar e, à medida que fui melhorando, comecei a publicar os meus desenhos digitais tanto nas plataformas de arte como nas redes sociais.
Entretanto, chegou a altura de ingressar na universidade onde comecei a estudar Design e Multimédia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, estando, atualmente, no segundo ano de mestrado do mesmo curso.
A licenciatura foi um desafio, fui introduzida à programação, ao desenvolvimento web, ao design gráfico, a toda a parte de multimédia e até mesmo à inteligência artificial.
Com estas bases, comecei a apreciar a criação de arte através da programação dado que, durante o curso, o desenho tradicional foi abordado de forma muito residual.
Desta forma, decidi continuar a investir no desenho digital por vontade própria e, assim que os seguidores das redes sociais começaram a surgir, senti que devia criar um nome artístico, neste caso, a Yokailia.
Este nome conjuga o termo Yōkai, que remete às criaturas sobrenaturais do folclore japonês e, Lia, nome que as pessoas mais próximas me chamam.
Com a Yokailia já definida, apercebi-me que aquilo que mais me dava gosto desenhar eram seres femininos misteriosos, demoníacos e sobrenaturais.
Assim, alguns dos detalhes comuns em todas as ilustrações, são a falta de íris e pupila nos olhos, os chifres, elementos decorativos irrealistas e até mesmo alguns tipos de mutações.
Dada a evolução deste projeto, o meu maior objetivo é que, através das minhas ilustrações, as pessoas não só apreciem o encanto das criaturas como também se sintam inspiradas para pensarem e verem a beleza fora dos padrões.