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Como chegar a partir do centro de Vale de Cambra
No centro do vale de Cambra, devem seguir-se as indicações da estrada de São Pedro do Sul – estrada nacional 227.
Chegados a Cepelos, virar no cruzamento que indica Serra de Freita.
O Outeiro de Riscos localiza-se nas proximidades da primeira povoação que se encontra seguindo essa estrada – Gatão.
Aí deve cortar-se à direita numa subida íngreme com estrada pavimentada.
Depois a pé, pelo caminho carreteiro, até encontrar uma portada aberta, ao lado direito.
Passando esta, seguir em frente, pelo Pinhal, no sentido oeste.
Passados cerca de 100 m contorna-se um enorme penedo qua aparece ao lado esquerdo e avista-se daí a plataforma da Serra onde se encontra o Outeiro dos Riscos.
Nota Introdutória do Museu Municipal de Vale de Cambra
Monólito de granito de tamanho apreciável, localizado no lugar de Gatão, freguesia de Cepelos, que forma um pequeno cabeço na periferia de uma pequena chã, e no início de uma encosta voltada a Noroeste.
As gravuras, datáveis do Neolítico / Calcolítico, situam-se na face voltada ao talvegue, em posição quase vertical.
Resumem-se quase que a motivos circulares nos quais predominam os círculos concêntricos de grandes dimensões, existindo ainda alguns círculos preenchidos com cruciformes.»
Nota Histórico-Artistica (IPPA)
«As lendas e tradições locais atribuíram ao longo dos tempos os vestígios constituintes da estação arqueológica do “Outeiro dos Riscos” (ou “Cabeço do Outeiro dos Riscos”, como é também conhecida localmente), situada a nascente da freguesia de Cepelos, nas imediações dos Castelos, à presença romana nesta região do actual território português, certamente pelos vários exemplares romanos aí existentes, a exemplo da calçada romana.
Não obstante, estamos perante uma realidade bastante anterior, da qual a região se revela assaz profícua, mau grado o desaparecimento de vários exemplares de tempos mais recuados na sequência dos cíclicos trabalhos agrícolas e da reutilização, total ou parcial, de estruturas antigas sobre as quais se perdera, há muito, a memória do seu significado e fruição, como seriam as megalíticas, das quais ainda são visíveis alguns elementos, designadamente dólmens.
O sítio em questão é constituído por dois afloramentos graníticos, e terá obtido a designação de “Riscos” muito provavelmente pelos traços e riscos abertos nas respectivas faces, ao que tudo indica entre o Neo-calcolítico e a Idade do Bronze da zona, ainda que “A característica geométrico-simbólica e abstracta deste grupo também não facilita a sua integração cronológico-cultural […].” (BAPTISTA, A. M., 1986, p. 48).
O primeiro destes elementos constituintes é formado por um bloco de grandes dimensões que perfaz um cabeço no contorno de uma pequena chã. Aqui, as gravuras foram distribuídas ao longo da face voltada para a campina, em posição quase vertical, sendo compostas de motivos quase exclusivamente circulares, com relevo para os concêntricos (de tamanho assinalável), alguns dos quais preenchidos com cruciformes, eventualmente obtidos com um percutor de pedra, uma vez que o bronze não será tão eficaz na abertura do granito.
Quanto à segunda componente deste arqueossítio – uma pequena rocha de superfície irregular -, ela ostenta uma gravura formada por um motivo linear encimado por espiral, assim como um elemento reticulado associado a quatro quadrados.
Estilisticamente incluídas no “Grupo I” dos “Petróglifos Galaico-Portugueses”, referente à presença, conquanto esporádica (como no caso da Beira Alta), de motivos “galego-atlânticos”, as gravuras do “Outeiro dos Riscos” parecem tipificá-lo pelo modo como foram distribuídas, nomeadamente no que à sua aparente verticalidade se refere, “[…] o que confere uma sensação de relevo aos motivos gravados quando banhados pela luz rasante do sol-nascente.” (Id., Ibid., p. 47).
Quanto ao significado das gravuras presentes no “Outeiro”, poderá remeter para um significado simbólico-religioso, “[…] se se atender à grande profusão e expansão dos motivos geométrico-simbólicos […].»(BAPTISTA, A. M., 1986, p. 48).[AMartins]
em Instituto Português do Património Arquitectónico
Marcelo Sousa
27 de Março de 2009
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