Cristóvão Colon – O Português que descobriu a América

A GRANDE DESCOBERTA DE MANUEL LUCIANO DA SILVA

Porque conhecia viagens anteriores às Américas, feitas em segredo. Vigorava então uma política de sigilo, para não despertar as cobiças da concorrência espanhola. 68 anos antes da descoberta de Colon, a Carta Náutica de 1424, de Zuanne Pizzigano, mostrava as “Antilhas”, com nomes portugueses: Antília, Satanazes, Saya e Ymana – Manuel Luciano da Silva veio a descobrir em 1986 que estas “Antilhas” são de facto a Nova Escócia, Terra Nova, Península de Avalon e Ilha Prince Edward.

Para sul, acredita-se que a “descoberta” do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500 tenha sido apenas a “descoberta oficial” de uma terra já antes visitada em segredo por portugueses. Existem testemunhos da presença portuguesa na América do Sul em 1493 (Estêvão Fróis em carta dirigida a D. Manuel) e mesmo cerca de 1480 (testemunho de colonos pioneiros ao francês Jean de Léry).

A CONSPIRAÇÃO

Eram tempos conturbados, em 1483 houve uma conspiração para matar o Rei, organizada pelas Casas de Bragança e Viseu com o apoio dos reis católicos e fidalgos portugueses, entre os quais o próprio Colon. D. João II resolveu a coisa, mandou executar os conspiradores, o Duque de Bragança foi degolado em Évora e o rei apunhalou pessoalmente o irmão da rainha. Quem conseguiu, fugiu para Espanha, incluindo o nosso Cristóvão, em 1484.

Mas D. João II teria, anda assim, um papel para ele… ou talvez que esta “fuga” tenha sido encenada por combinação entre Colon e o Rei, para melhor “distrair” a atenção dos monarcas espanhóis da proximidade do navegador à coroa portuguesa, quando se lhes apresentasse com um plano que se destinava a tirá-los do nosso encalço na rota das descobertas que nos interessavam… como sucedeu.

“VOLTA QUE ESTÁS PERDOADO…”

Desiludido com as recusas dos reis espanhóis em aceitar o seu plano, o navegador escreveu ao monarca português a “pedir perdão” e este aproveitou de imediato e respondeu-lhe para Sevilha, perdoando-lhe, convidando-o a voltar e garantindo-lhe a segurança.

Chamou-lhe “xpovam collon, nosso espicial amigo en sevilla” e esclareceu: “porque por ventura terees algum reçeo das nossas justiças por razam de algumas cousas a que sejaaes obligado, nós por esta nossa carta vos seguramos polla vinda, estada, e tornada, que não sejaaes preso, reteudo, acusado, citado, nem demandado por nenhuma cousa ora que seja civil ou crime, de qualquer qualidade“.

Em 1488, Cristóvão vem a Lisboa e encontra-se com o Rei, mas mantém-se que este não o apoiará numa expedição para ocidente. Pelo contrário, o apoio de D. João II é auxiliar o navegador, em segredo, a convencer os reis católicos a contratá-lo.