O MISTÉRIO
A resposta só pode ser uma, de extrema simplicidade: porque se está à procura do nome errado! Em determinada altura da sua vida, ele teve que mudar de nome e criar um pseudónimo – portanto, quaisquer referências anteriores a isso seriam com outro nome.
Por outro lado, não menos importante: um homem claramente de sangue nobre (ou não teria acesso aos mais altos círculos da nobreza de dois países, como teve), não desaparece de repente sem o conhecimento e cooperação de, pelo menos, dois tipos de pessoas: as que detêm o poder e as de sua família.
Isso terá decerto ajudado a que, tanto umas como outras, tenham contribuído para que quaisquer referências à identidade desaparecida, quer documentais quer orais, fossem escondidas, destruídas ou omitidas a partir daí.
Mas porquê toda esta trama? Decerto a nobreza mais influente do mundo não ia envolver-se na fantasia de alguém que decide mudar de nome… a menos que fosse parte interessada.
A explicação está na história dos descobrimentos.
A ÍNDIA DESEJADA
Os interesses comerciais da Europa viravam-se todos então para as riquezas da Índia – mas o Império Otomano tinha imposto um bloqueio aos países cristãos e só Génova e Veneza podiam ir buscar as especiarias e outros bens ao Oriente através dos territórios muçulmanos. Essa a razão porque Portugal queria descobrir o caminho marítimo para a Índia: para furar o bloqueio turco-egípcio.
No entanto, Cristóvão queria precisamente chegar à Índia, mas viajando para Ocidente… porque não se interessou D. João II por essa proposta?
Muito simples: porque já sabia que existiam terras a ocidente e que estas não eram a Índia das riquezas mas apenas um belo continente de povos seminus, muita vegetação e pouco ouro.
E como sabia?