O COLOMBO ITALIANO
A confusão, baseada numa querela sobre heranças que originou um testamento toscamente falsificado, assenta na existência, essa provada, de um tecelão genovês de nome Cristophoro Columbo, que imigrou para o nosso país em 1476.
É interessante cruzar esse facto com uma carta enviada por Toscanelli ao navegador, para Portugal… em 1474.
Também, Bartolomé de la Casas conta que Cristóvão se queixou ao Rei Fernando de Aragão que tinha passado 14 anos a tentar obter o apoio da coroa portuguesa para o seu projecto – Colon abandonou Portugal em 1484, o que significa que em 1470 já cá estava e só seis anos depois o tecelão genovês deixou o seu país, isso são os próprios documentos notariais genoveses que o atestam.
Portanto, é simples perceber que o tecelão genovês e o navegador são duas pessoas diferentes.
No entanto, quer por mera desatenção e falta de rigor, quer por ter sido cronista-mor do reino e, como tal, estar obrigado a proteger os segredos com que D. João II prenunciava o Tratado de Tordesilhas, o historiador Rui de Pina (1440-1522) chamou-lhe “Colombo ytaliano” e todos os que se lhe seguiram limitaram-se a copiá-lo, sem verificar…