por Adolfo Coutinho
10 de Junho de 2009
A VOZ DE CAMBRA – Nº 894
Por Cambra, há 100 anos !…
Ponte da Aguincheira – A cheia do Caima levou também diante de si a ponte da Aguincheira, recentemente mandada construir pela Câmara Municipal. Dizem-nos que não foram os pegões.
O que basta para se concluir que não foi devido o desastre à sua construção de que enfermava. A água atingiu e subiu um metro acima da ponte, levando as vigas e varandas de ferro e ficaram os pegões, embora o do meio avariado.
A Câmara tentará, quando o tempo o permita, retirar do rio o material e oportunamente a reconstruirá
– (PC de 10/1/1915).
Ponte de Aguincheira – O sr. António José de Sousa, da Aguincheira, que como promotor da construção desta ponte, arranjou e entregou à Câmara 130 escudos, pede-nos para publicarmos os nomes dos beneméritos que contribuíram, que foram os seguintes: Luiz Bernardo de Almeida (20$00), Agostinho de Oliveira Campos (10$00), Manuel de Oliveira Campos (10$00), António Tavares Coutinho (10$00), Frederico Lourenço de Almeida Brandão (10$00), José António Martins (5$00), Abílio António Martins Pina (5$00), Joaquim Henriques Tavares de Bastos (5$00), Francisco José Pais (5$00), António Pereira de Oliveira (5$00), Domingos Tavares Correia (5$00), Tomás Costa Relvas (5$00), Padre António Tavares Coelho (2$00) – Total 97$00.
A diferença para 130$00 representa a quantia com que contribuiu e que com o custo de plantas e juros dum ano do dinheiro que adiantou, subiu a 51$30
– (PC de 17/1/1915).
Mercado – O senado aprovou uma planta para o mercado da Gandra, apresentado pelos senhores Manuel Francisco da Silva e António Soares Gomes.
A construção não falando nas barracas, deve importar em quantia superior a 500 escudos e os promotores deste melhoramento vão abrir uma subscrição.
Informam-nos que a obra consta de vedar com um muro regularmente alto o lugar onde actualmente se realiza o mercado semanal, e que dentro serão as barracas construídas à custa dos que as queiram lá possuir.
Esse recinto fica com quatro portas, nos quatro ângulos. Já ouvimos reclamações, aliás justas, porque alguns negociantes julgam-se lesados por não haver mais duas portas, uma a meio de cada lado do mercado. Mas não há dúvidas que é obra boa e que são uns grandes patriotas os da iniciativa
– (PC de 24/1/1915).
Última novidade – O padre Berimbau, naquela grande festa de Coelhosa, não se limitou a deitar foguetes e a espevitar as luzes.
Altas horas da noite, ou seja de madrugada, apareceu no arraial de boina, de capote até aos pés e a tocar guitarra.
Parecia um espanhol, e arrastava atrás de si o melhor que havia de femeaço, tão bem cantava o diabo.
O dia ia rompendo, as cachopas conheceram que o pândego era padre, deram à língua e ele fugiu. Mas era um espanhol pintadinho…
– (PC de 19/9/1915).
Falecimento – Na sua casa de Cartim, freguesia de Castelões, faleceu o reverendo Joaquim Ferreira da Cruz, na avançada idade de 95 anos. Foi um bom padre, não tendo com seu viver modesto e simples criado atritos com pessoa alguma.
Foi durante alguns anos capelão e secretário da falecida Viscondessa de S. Caetano, em Viseu, recolhendo após a morte prematura desta titular, para junto da sua família.
A toda ela, e em especial aos seus sobrinhos padre Tomás Ferreira de Pinho prior de Castelões, dr. José Ferreira Gomes de Pinho abade de Travanca e dr. Bernardo Ferreira Gomes de Pinho juiz no Ultramar, os nossos pêsames
– (PC de 2/11/1913).