Vaz Relvas

Vaz Relvas

Vaz Relvas
O capacete do bombeiro
O capacete do bombeiro – escultura em granito
Vaz Relvas
Gente com títulos e sem títulos!
Gente que não sente e sente!
Gente que mente e não mente!
Gente é sopro de vida!
Gente com chapéu e sem! 
É apenas gente, muita gente!!!

Descrição de Vaz Relvas

Escultura em granito de Vaz Relvas

A partir de um bloco em granito,

Certeira batida gestualiza a sensibilidade das formas na bruta pedra fria.

Emerge dela uma mulher que se curva.

É essência de vida, onde o mistério coabita com o inerte, encanta e imortaliza a força singular do seu destino!

Graciosidade maternal transborda emoções nesta metamorfose curva-se em contemplação ao Divino!

Avista-se através dela os encantos da paisagem no paraíso de Vilar de Mouros!

Exposição de obras de arte do escultor Vaz Relvas

Está patente uma mostra de esculturas, na Junta de Freguesia de Macieira de Cambra, do escultor Vaz Relvas, que vale bem a pena visitar.

A estátua, no exterior, diz bem da excelência, e trabalho de pormenor, que pode ser admirado nos mais pequenos detalhes.

Obrigado também ao Jesus da Silva pela iniciativa desta mostra.

Não bastando a poesia escrita na pedra, a escopo e martelo, Vaz Relvas deslumbrou, no acto de inauguração, com este seu poema, declamado com uma energia e vida que não deixou ninguém indiferente.

As Pedras da Calçada
Calçam o vazio do chão

São As Pedras da Calçada
Que trauteiam o ritmo
Musical dos teus pés

As Pedras da Calçada
Emanadas pelo colorido do seu
Leito, choram o peso da verticalidade humana

São As Pedras da Calçada
Que te guiam nas turbulências
Da tua angústia

As Pedras da Calçada
Encontram-se amaciadas e aveludadas
Prestam veneração à subtileza dos teus passos

São As Pedras da Calçada
Que encontram o vazio do teu ser
Testemunham a história escaldante da luz
E adormecem no breu das noites sem lua

As Pedras da Calçada
Vêem-te no céu
E tu tapas-lhe os olhos com
Os teus pés dilacerados

São As Pedras da Calçada
Que carregam o peso da tua alma.

Obra de destaque em Macieira de Cambra

N. Sra da Natividade
Inauguração da estátua

Biografia

Felisberto Vaz Relvas nascido a 19 de agosto de 1962.

Natural da freguesia de Massarelos (maternidade Júlio Dinis – Porto)

Filiação

Ernesto da Costa Relvas
Hermínia Vaz Correia Relvas

Memórias de uma infância revestida de sentimentos comuns que evidenciam as fragilidades são uma realidade do menino, a cada dia que passa vai crescendo e sentindo o afecto dos pais.

A primeira palavra que exprimiu foi “mãe”. É inesquecível este sentimento profundo, não é apenas uma palavra simbólica, mas é o amor que brota deste significado.

A terra da sua criação é no lugar da Quintã / Macieira de Cambra, sendo esta a terra de seus pais, exposta numa altitude acentuada.

É uma colina onde se avista uma beleza natural ímpar, assim afirmava o escritor: Ferreira de Castro, apelidando-a e comparando-a as lindas terras de Cambra que são: “a Suíça portuguesa!”

O menino começou a dar os seus primeiros passos, caminhava nas várias direcções como se tratasse de uma descoberta para um horizonte de sonhos.

A curiosidade é uma constante, o perigo é iminente, as quedas são uma realidade, o corpo comporta um peso descontrolado, a persistência é enorme e mexe em tudo aquilo que avista, é o comportamento normal de qualquer criança.

Felisberto, com 3 anos de idade, identificado pelos cabelos ondulados e loiros, olhos esverdeados, com sorrisos abertos e constantes, era alvo das atenções das pessoas que com ele se cruzavam, desinibido, falador com aqueles que o interpelavam.

O menino loiro provoca o ambiente de alegria, a família vive esse orgulho.

A inocência é contudo um facilitismo de uma vida saudável, assim tudo é belo, era o paraíso sem limites.

Aos quatro anos de idade, Felisberto acompanhado de seus pais, vestido de fatinho azul e radiado de alegria, com um penteado de destaque um caracol em cima da cabeça foi dar um passeio ao Santuário de Fátima, o aglomerado de pessoas, era demasiado curioso, o menino sempre atento a tudo aquilo que o envolve em seu redor, conduzido pela mão do seu pai num ambiente estranho, mas importante, sentia-se enaltecido pela diferença em relação ao habitual.

O regresso a casa relembra o menino de um dia cheio de alegrias, pelas descobertas conquistadas.

Mas a passagem por Nazaré, não passou despercebido o lugar do “Sítio”, a enorme escarpa de altitude considerável e o grande conteúdo de água agitada pelo infinito no horizonte, iluminada pelo pôr-do-sol, dourando de cor, lustrando matizes extensas, numa planície de imensa água, é o mar! – Exclama o pai do menino.

Apesar dos bons momentos vividos, e a lucidez dos factos, na mente do menino, o alerta aos perigos e as responsabilidades de vida, são apelos dos pais, actos de reflexão e de interrogações, ele questiona-se sobre o mundo real de inocência com privações.

É o despertar de conhecimentos e de surpresas num planeta imprevisível.

A educação, o bom comportamento, o respeito pelos outros, a oração a DEUS são exigências persistentes à vida do menino, a sua maturidade forma-se a partir do cumprimento dessas regras.

Felisberto aproveita todos os momentos e vive cada dia que passa como se não existisse o “amanhã”.

Perplexo com as surpresas raciocina o acontecido e sonha o imprevisto.

As brincadeiras com os amigos provocam a desinibição, a afirmação de uma criança que especula o conhecimento dos outros.

Momentos vividos junto dos trabalhos dos pais, o menino acompanhado pela mãe que se dedicava a actividades agrícolas, nos verdejantes campos, floridos pelas plantas similares que ocupam a vasta extensão e preenchem a vista de intensas cores, o chilrear dos pássaros são manifestações de liberdade da natureza nos dias primaveris.

O Felisberto desempenha também as suas tarefas, com as suas frágeis mãos abre pequenas brechas no solo, como se estivesse a fazer um pocinho para obter água, entretido sem brinquedos, ele idealiza-os ocupando o seu tempo.

No lugar da Quintã, onde reside junto dos amigos, existe um espírito de animação pelas brincadeiras imprevistas, pois as habilidades são uma constante: os carrinhos de rolamentos que se chamavam “trotinetas”, a ganchorra de arame que deslocava a roda em aro pelos labirintos irregulares do lugar, as “zuetas” como lhe chamavam, eram feitas pequenas hélices de madeira com dois furos ao centro ligados pelo fio norte depois de esticado, consequentemente, provoca um zumbido fulgurante pelo ar e som utilizado o botão.

Aos sete anos de idade, Felisberto, vestido de bata branca, vai frequentar a escola primária Luís Bernardo de Almeida, na vila de Macieira de Cambra é mais uma experiência de vida, o ambiente é desolador, apesar das presenças de tantos outros meninos, tudo é diferente, é novo a algazarra é enorme dos mais espevitados, mas a timidez contínua permanente, agarrado pela mão de sua mãe, ainda se sente preso ao cordão umbilical, é o afecto maternal.

De repente, é chamado para dentro de uma sala ocupada de mesas estranhas, chamavam-lhe “carteiras”.

Na frente da sala existe uma enorme lousa dependurada na parede, umas estampas colocadas no lado direito da lousa, é a fotografia de Oliveira Salazar e a do Almirante Américo Tomás, ao centro da parede um crucifixo de JESUS CRISTO, a enorme sala rodeada de janelas, a imensa luz e a escuridão de Felisberto, são tantos os meninos e ele sente-se tão só.

Os dias são uma sequência de acontecimentos e de partilha pelas amizades conquistadas, existe uma separação monótona pela enorme saudade dos pais, a carranca testemunha esse sentimento triste.

A exigência do professor é grande, as responsabilidades motivam e despertam interesses pela aprendizagem.

O livro de leitura é tão bonito, ilustrado de imagens e de cor com grandes letras, que quando soletradas em grupo dão uma sensação rítmica de uma bela canção “a, e, i, o, u” a timidez é passado, a desinibição é presente, as brincadeiras são os elos de ligação de Felisberto aos amigos, é nos recreios que se proporciona o convívio, os baloiços, o jogo da bola, o jogo do pião.

Felisberto adaptou-se ao ambiente escolar, teve sucesso na aprendizagem da leitura e nas contas, apercebe-se da importância da escola.

O professor Amadeu era exigente, todos o sabiam já de anos anteriores. Com ele, “serviço é serviço e conhaque é conhaque”.

O importante é o aluno ter em atenção as lições para obter os conhecimentos exigidos pelo professor.

Felisberto concluiu a primeira classe.

Aos oito anos de idade teve uma surpresa, numa manhã de frio, a três de Fevereiro nascia a sua irmã, surpreendido.

O afecto maternal estava dividido! Depois de algum tempo, Felisberto compreendeu e aceitou de bom agrado a presença da irmã, partilhava da mesma alegria com a família.

Nos anos seguintes, teve outros professores com diferentes métodos de ensino, tem presente a professora D. Hermínia.

Num dia cinzento, fugiu pela porta fora, sem vontade alguma de voltar à escola, remoendo interiormente a expressão: “estou cheio da escola”.

Frequentava, nesse ano, a terceira classe, revoltado por ter sido castigado indevidamente. Foi marco traumático na vida escolar de Felisberto. Algum desinteresse, o medo, a perseguição eram as barreiras a ultrapassar.

Apesar desta turbulência, Felisberto, conclui o ano e passou para a quarta classe.

As férias grandes, eram uma terapia para esquecer o passado, o Verão estimulante, as paisagens transmitiam alegria iluminadas pelo sol, os dias são grandes, o compromisso escola já nem lembrava.

Felisberto, acompanhado pela família dava passeios frequentemente por as festas de caris religioso nas aldeias e na vila do concelho, os foguetes estoiram e anunciam a próxima festa, motivam a atenção para mais um passeio e divertimento.

Felisberto gostava de ouvir a banda de música quando desfilava pela avenida Miguel Bombarda na vila de Macieira de Cambra, era o dia grande, a emoção, o desfrutar das festas que se realizavam no dia oito de Setembro alusivas à padroeira Senhora da Natividade, as procissões eram o ex-libris da terra, o momento alto de devoção conciliada com a diversão, os programas festivos eram sempre os melhores do concelho, as diversões eram atraentes cito: a barraca das panelinhas comportava os bilhares, o tiro ao alvo, etc… as barracas dos brinquedos, as barracas das doceiras, os carrosséis e as bonitas ornamentações.

O fim das festas, lembrava o retorno à escola, as árvores mudavam de cor e despiam-se dos seus encantos, os dias tornam-se melancólicos, o frio urge, o coração de Felisberto palpita constantemente pelas responsabilidades que aí se avizinham.

Início de novo ano escolar na quarta classe, a professora chama-se Alberta, é atenciosa, comunicativa, idealiza um ambiente ternurento, imprescindível aos alunos.

Felisberto, sentia-se radiante pela mensagem diária estabelecida pela professora, os bons métodos de ensino motivam o interesse pela escola, a aprendizagem é o resultado positivo desse testemunho.

Dizia a professora aos seus alunos:

– A quarta classe é o culminar de um objectivo na escola primária, pois mais importante que passar de ano, é ter a certeza que os seus alunos assimilaram a matéria com sucesso.

Tudo corria bem, mas de repente acontecia o imprevisto, a professora abandona o ensino por motivos de doença, os alunos tristes nem queriam pensar em tal pesadelo, os dias perdem a luz, as saudades eram imensas, passado algum tempo surge uma nova professora de substituição, chamava-se Conceição, atenta às dificuldades sentimentais, conquistou a simpatia dos alunos.

Novos métodos de ensino, cativaram com sucesso apesar da matéria difícil, os problemas de matemática eram complicados, a história de Portugal, a Geografia, a leitura e a interpretação dos textos, os ditados, mas tudo isto era importante na formação dos alunos.

No fim do último período de aulas, Felisberto é admitido a fazer o exame da quarta classe, na escola primária de Vale de Cambra, concluiu e passou de ano.

Felisberto, sentiu-se enaltecido, porque conquistara mais uma etapa importante na sua vida.

Nos fins-de-semana, Felisberto dedicava o seu tempo à formação religiosa, aos Domingos de manhã participava nas missas e, de tarde, frequentava a catequese, assim foi criado e diversificado hábitos de formação moral e religiosa, e os encontros com os amigos.

Concluiu a quarta classe da catequese e fez a sua profissão de fé “comunhão solene”.

As pessoas, amigas de Felisberto, pronunciavam: é o teu grande dia, JESUS entrou no teu coração e lá permanecerá eternamente.

O pai de Felisberto escreveu um poema e dedicou-o ao filho, como recordação do grande momento, impressão alusiva à comunhão solene:

Cantam os anjos nos céus!
Meu coração exulta de alegria!
Porque recebi a DEUS
Aleluia! Aleluia! Aleluia!

No ano seguinte, Felisberto, frequentou a quinta classe, na escola primária de Macieira de Cambra.

O professor Amadeu era bem conhecido do passado, a exigência, o rigor, a personalidade distinta, são atributos que espelham um professor, que dedica a sua vocação ao ensino, com êxitos na formação humana.

Felisberto passou de ano com sucesso, crescia em toda a sua essência, a sua personalidade era o espelho complementado pela imagem e o bom exemplo de vida que o ensino lhe ofereceu.

Os pais de Felisberto pensaram num objectivo de futuro para o seu filho.

Felisberto adquiriu o bilhete de identidade, certificou este acto de cidadania, é um documento identificativo do cidadão Felisberto Vaz Relvas, menciona nele um número do documento, a fotografia pessoal, a impressão digital, a assinatura, a filiação, a naturalidade, altura, residência, etc. este documento é indispensável, serve como comprovativo da sua identidade, foi necessário para efectuar a matrícula na escola preparatória de Vale de Cambra, que ficava à distância de três quilómetros de casa, sentia-se mais independente e livre.

O sistema de ensino é diferente, a adaptação à mudança fez sentir algumas dificuldades de integração, a distância era um obstáculo, diariamente fazia o percurso a pé, o inverno perturbava as caminhadas assíduas quatro vezes ao dia, quando molhado sentia um mau estar durante as aulas.

Cada disciplina, tinha um professor diferente, a responsabilidade de aprendizagem era sempre do aluno, os professores não pressionavam, havia algum facilitismo, menos rendimento escolar, mais distracções plausíveis.

Felisberto sentia perder-se nesse universo escolar desconhecido, apesar de tudo convivia bastante.

O fluxo convívio é persistente para além da amizade, ele procurava ser sempre gentil, amável, afável e desinibido, assim cativava o seu encanto.

São recordações fabulosas, foi o despertar de novos conhecimentos inerentes à sua tendência.

Os estudos ficaram para segundo plano, as diversões, os namoricos fizeram esquecer a responsabilidade que tinha sido programada.

Os pais de Felisberto ficavam incomodados com os resultados das notas obtidas, aplicaram castigos, repreensões ao filho.

Felisberto concluiu o segundo ano do ciclo preparatório, mas não foi convincente, a ilusão habitava nos seus pensamentos motivado pelos sonhos, alimentava as suas fantasias, em busca do bem-estar, vivia com optimismo, as responsabilidades não tinham fundamento, o paraíso e o precipício caminhavam juntos de mão dada.

No período de férias, o pai atribuiu um castigo a Felisberto, obrigando-o a trabalhar com ele, desempenhava tarefas difíceis para sentir a responsabilidade da vida, era enorme o sacrifício que o trabalho comportava, para que ele tivesse a noção da responsabilidade.

Felisberto, frequenta a escola secundária de Vale de Cambra, esquecido do passado e iludido pelo presente, nada passava despercebido, o entusiasmo pelo futebol ocupava parte do seu tempo, custava aos pais um par de sapatos por mês, o tempo torna-se escasso para estudar.

As disciplinas de seu agrado era o desenho e artes oficinais, descobrira as suas aptidões vocacionais.

Apesar das turbulências, Felisberto reconhece a importância que a escola tem na sua vida.

Portador de alguma sensibilidade e admirador da natureza, desperta-lhe o entusiasmo pela escrita poética e as composições que eram um alvo das atenções dos professores de português.

Seu pai tinha o dom poético, exibia algumas das suas poesias, Felisberto entusiasmado sentia-se motivado e escrevia a sua primeira poesia:

Sombra ao longe em maior contraste
Carapinha de neve reflecte neste busto 
Refutar de sons Tac! Tac! Tac!
Abismo, abismo quase me estoira a vida
Não sei nem compreendo a frescura do granizo
Nesse momento, surge a maior tentação
Executa o movimento de rotação
Em torno de mim mesmo
Trovão de chuva, cada vez mais perto
Caio de joelhos sobre o chão, reflicto, grito
Perto, perto surge a inspiração de Felisberto...! 

O inspirado Felisberto é convidado a participar nas festas da escola, no teatro, na poesia e nos espectáculos de variedades.

O entusiasmo era tal e o empenho, não deixava ninguém indiferente.

A participação no teatro da escola obrigava algumas normas de formalidade: a aprendizagem de representação, a leitura, os ensaios, a colocação da voz, o decorar dos textos, a gestualização para reforçar as convicções sentimentais, a preparação da personagem, o papel do ponto, a disposição dos cenários, a ordem de representação em palco, a maquilhagem adequada a cada personagem, o vestuário, a iluminação, etc.

Felisberto partilhava opiniões de grupo cingido às normas de exigência para conceberem um trabalho teatral.

Foi possível revelar ao público no salão nobre dos bombeiros voluntários de Vale de Cambra, a peça de teatro que tinha como titulo: “Retalhos da vida de um padre”, peça elaborada pelo grupo de amigos que a representaram.

Felisberto, fez a personagem padre.

Essa peça de teatro contava a relação de vida, que os padres tinham nas comunidades.

O bem e o mal encontram-se, para nunca mais se separarem lição obtida por essa obra.

A participação foi conjunta, nesse grupo, transmitiu alegria, emoção e manifestaram acções culturais tornando-as públicas.

Foram estes os momentos mais felizes e alegres na vida de Felisberto, enquanto estudante.

No ano seguinte, ele reuniu-se com alguns amigos, que tinham capacidades musicais e formaram um grupo musical de rock, Felisberto tinha a tarefa de escrever as letras para adaptar às músicas e também era o vocalista, utilizavam aparelhagens de som e instrumentos musicais emprestados por outras bandas.

A escola vivia uma euforia pela inovação de um grupo, que criava as suas próprias músicas, o empenho foi constante, os espectáculos foram brilhantes, catapultaram para a imortalidade as grandes emoções.

O pai de Felisberto dedicava-se à pesca nos tempos livres, o filho acompanhava-o, junto ao leito do rio Caima, lançavam o isco nas águas que corriam pelas veredas insinuosas, que as conduz numa única direcção.

A paciência é apanágio dos pescadores com os peixes que travam uma luta constante contra a correntia, na busca de algo que flutua na superfície das águas.

À primeira oportunidade solta-se um puxão quando se iça uma cana, com cediela transparente na ponta um anzol tirava um sonho de sobrevivência, presa pela boca, era um peixe!

O entusiasmo era tal que eles faziam com frequência mais lançamentos.

O silêncio envolvente era traído pela força das águas, que saltavam de socalco em socalco fugindo aos olhos de Felisberto, que observava o paraíso na Natureza.

Felisberto frequentava o curso de desporto, de facto foi extremamente relevante a sua opção, agradado com a disciplina sentia um entusiasmo permanente na participação das diversas actividades, era uma realização pessoal: o atletismo, o futebol, a ginástica, o andebol, o basquetebol.

Ele tinha uma subtileza física diferente do normal, avaliada pela saúde que comportava.

O desporto foi fundamental para uma saúde física e mental de qualidade.

Determinante na obtenção de massa muscular e resistência física, terapia anti-stress, provoca a libertação de calorias excessivas no organismo.

O desporto é essencial para o equilíbrio cardiovascular.

As facilidades complicaram-se, esquecido de um passado de intempéries, sentiu um atropelo pela falta de consistência das bases, a dificuldade era retratada nas notas.

Felisberto sentia-se impotente e de cariz baixo, em determinados momentos, as responsabilidades passearam no tempo, a escalada era cada vez mais distante, ele refugia-se no deserto, dos seus sentimentos, escrevia várias poesias uma das quais registou na sua mente admirador da Natureza inspirou-se na beleza do mar.

Beleza do Mar

És tu tão belo
Com uma zona escarpadaÉs azul, verde, amarelo
Um ondular um apelo
Que lindo que belo mar
Ao sopro e ao som
De um bafejar salgado
Trazes ouro e salmão
Bendito sejas
Tu ó mar sagrado
Aquele cristal a brotar
Sobre aqueles grandes rochedosO que era?
És tu mar
Parecias gritar
Num dia calmo e ledo
Por fim direi
Nunca! De ti terei medo e já mais te esquecerei!
                                                                                          Vaz Relvas
Vaz Relvas

O ano escolar terminou, o pesadelo congelou os sonhos de um jovem, que coabitava a alegria, de um passado com as tristezas de um presente.

Então, matriculou-se na escola secundária, para frequentar o curso nocturno onde havia apenas duas opções de escolha geral de mecânica e geral de comércio.

Nenhuma dessas opções satisfazia o seu ego vocacional, optou pelo curso geral de mecânica foi uma experiência falhada, inadaptado, anulava a matrícula, mas, persistente, frequentou o geral de comércio no ano seguinte, havia novas disciplinas inerentes a especificidade do curso, introdução a actividade económica, contabilidade, dactilografia, era uma barreira imensa, o descalabro escuro, dia após dia, envolvido pelo cansaço fatídico do trabalho e escola e o percurso a pé 6km diários.

Ele não queria dar parte de fraco, o esforço era compensado apenas, pelo convívio, que contraía com os amigos na escola.

Foi eleito para representante na Associação de Estudantes nos cursos nocturnos, Felisberto tinha gosto em liderar assuntos de todos.

Felisberto abandonou a escola definitivamente, deixou para trás apenas as disciplinas de matemática e contabilidade do terceiro ano geral de comércio.

No ano 2011, Vaz Relvas concluiu o ensino secundário, 12º ano.

Posteriormente, apareceu-lhe uma oportunidade nova de trabalho, oficina de fibras de vidro, era um trabalho agradável, aprendeu a executar utensílios: sanitas de campismo, canoas, crenagens para motos, capacetes, tampos para mesas, tanques de lavar a roupa, vidrões, etc.

Essa profissão tinha um contra, eram utilizadas resinas, quando misturadas com catalisadores e aceleradores provocavam uma reacção química para solidificar as peças nos moldes.

Dava-se a libertação de gases e cheiros intensos que provocavam mau estar e eram prejudiciais à saúde.

Durante as refeições, Felisberto sentia o paladar dessas reacções químicas, tal era o incómodo, muitas vezes, comentava e sentia-se uma pessoa mal fadada pelo destino, acabaram-se os sonhos e encontraram-se os espinhos num ambiente desolador.

Felisberto era corajoso e persistia na esperança de melhores dias, como dizia o seu pai: as oportunidades devem ser aproveitadas, a vida dá-nos ensinamentos, aprendemos com os nossos erros.

Motivo de reflexão murmurado pelo Felisberto quando sublimava a cabeça sobre o travesseiro.

Os fins-de-semana, eram aproveitados ao máximo, Felisberto acompanhava os amigos e frequentava as discotecas das redondezas, fazia gestão das suas economias eram importantes para desfrutar das benesses que a sociedade lhe proporcionava, os amigos permanentes eram fiéis e de bom carácter, o Miguel, o Cipriano, o Eduardo, o Luís Pinho e o Eurico, eram companhia sensíveis dos bons e maus momentos de Felisberto havia no seio desse grupo apenas objectivos de diversão, o bom comportamento e o respeito mútuo caracterizava essas personalidades aos olhos de todos.

Felisberto é convidado pelo engenheiro Afonso, Presidente do Clube de Futebol de Macieira de Cambra a fazer parte da direcção na qualidade de segundo tesoureiro, ele sentiu-se privilegiado pelo convite e manifestou a sua disponibilidade total.

Abarcava responsabilidades inerentes ao cargo e sentia-se enaltecido, pela utilidade da sua prestação no ano de 1985/86, experiência motivadora adquiriu conhecimentos funcionais de uma associação de futebol, acatou e visualizou o significado e a importância de liderança em prol de acções culturais e desportivas.

Felisberto também participou no coral da igreja de Macieira de Cambra e no grupo de jovens, professou um testemunho público de fé nos convívios fraternos em Irol Aveiro, candidatou-se e participou no festival da juventude apresentou uma música alusiva aos jovens e obteve o precioso terceiro lugar.

No ano seguinte, Felisberto é informado pelo amigo Aníbal Costa, estavam abertas as candidaturas ao curso de canteiros na escola de cantaria da freguesia de São Torcato – Guimarães, notícia que vinha expressa na revista família cristã.

Entusiasmado pela informação, não hesitou e fez a sua inscrição através do Instituto de Emprego e Formação Profissional de São João da Madeira, sujeitou-se a testes psicotécnicos e a exames de saúde.

Quando a resposta recebida, surpreendia tudo e todos, admitido a frequentar o curso de canteiros em São Torcato – Guimarães, a distância era uma preocupação familiar, os pais não gostaram nada da ideia, mas Felisberto com espírito aventureiro, lançou-se ao caminho de saco de viagem na mão, levava consigo as preocupações dos pais, enfrentava o desconhecido com o optimismo, a paisagem era desigual a tantas outras que conhecera, a viagem maçadora peneirada pelo balanço do autocarro, lembrava a saudade já sentida, a família e os amigos, mas a coragem falou mais alto, Felisberto, à procura de um sonho pelo desconhecido.

Finalmente, chegou ao destino recebido pelo monitor, António Leites, nas instalações da escola de cantaria, que ficavam na base do Santuário.

O monitor era um senhor simpático e elucidava Felisberto sobre os aspectos importantes para obter uma boa aprendizagem.

Ele era observado por todos, parecia um intruso naquele mundo sombrio, uma particularidade marcava a diferença, de repente, a comunicação estabeleceu-se com os outros formandos, a curiosidade deles, preenchia os detalhes, Felisberto, por vezes, expectante, sentia a franqueza e a hospitalidade que era proporcionada pelos novos amigos.

Ele, alheio ao programa estabelecido, mantinha a confiança num objectivo, aprender a arte de canteiro e transpor as suas ideias na transformação das pedras, em formas artísticas aos olhos daqueles que as observam.

Desagradado com os aposentos que lhe foram atribuídos, pernoitava nas instalações da escola junto ao espaço balnear, o frio era uma constante, as gotículas de água que se desprendiam do tecto transformaram-se em preocupações de habitabilidade, a saúde dele podia estar comprometida.

Numa noite de extremo frio, a neve despenhava lá fora, Felisberto sentia o desânimo, frio como a noite.

Passados alguns dias é levado à presença do juiz da Irmandade de São Torcato, o encontro foi afável e acolhedor houve troca de impressões, o diálogo estava estabelecido entre o juiz da Irmandade: António de Sousa Fernandes e Felisberto, o juiz sensível às dificuldades de Felisberto proporcionou-lhe algum conforto pelas suas palavras, em breve iria ter melhores condições e sugeriu que se precisasse de qualquer coisa, estava sempre ao seu dispor.

Com o decorrer do tempo, Felisberto era avaliado pelo seu bom desempenho nos exercícios de trabalho que lhe eram conferidos, pelo formador, o orgulho caracteriza os adjectivos, aplicados ao manuseamento das ferramentas, a gestualização das mesmas e a sua capacidade na execução.

Felisberto, passou a ser conhecido pelos apelidos de Vaz Relvas, porque o servo da irmandade também se chamava Felisberto, era um homem alegre e estimulava sempre o diálogo com as suas brincadeiras, tornou-se um amigo de Vaz Relvas.

Numa manhã de Primavera, Vaz Relvas, era surpreendido pela presença de um amigo conterrâneo na escola de cantaria de São Torcato, quem poderia ser?

O Aníbal Costa chegava para frequentar o curso de canteiros, Vaz Relvas sentiu-se mais seguro e ficou extremamente contente, assim poderia partilhar as suas preocupações de insegurança e de solidão.

As condições de alojamento preocuparam também o seu amigo, ao ponto de dizer, ser o único entrave a sua permanência.

Passados alguns dias, o inevitável acontece, melhoramento nos aposentos dos novos formandos, a mando do juiz da Irmandade, foi importantíssima a sua atitude, o conforto estimulou os ânimos naqueles dois jovens, que se encontravam ali, separados pela distância da sua criação.

Nos momentos de solidão, o Relvas dirigia-se ao santuário, acreditava num poder supremo, a fé acompanhava-o, a oração, surpreendido pela força interior, vencia sempre os obstáculos que o interpelavam.

Vaz Relvas

Oração a São Torcato elaborada por Vaz Relvas

São Torcato, estou a orar
Acredito na força oculta
Para te dizer obrigado
Esculpir pedras para te enfeitar
És o alimento a minha própria vocação
És a arte santa
O teu templo é vivo de sentimentos artísticos
Com impulsos de fé e de vontade.
Aclamo a tua santidade
De perto, ao longe, e além.
Saúdo-te, meu santo, ámen! Ámen! 

Visitava a família frequentemente, ao fim de semana, as saudades encurtavam a distância, a ansiedade era enorme, parecia ver sorrir as paisagens que envolviam o seu sentimento.

O seu regresso à escola, dividia a personalidade de Vaz Relvas, jovem à procura de uma oportunidade na vida, desprendido dos valores sentimentais da sua criação, enquanto Felisberto.

Vaz Relvas de olhar atento e fitado aos costumes e tradições de um povo, que vivia cessantemente a alegria, manifestada ao redor de um Santo, estimulo das suas aflições, símbolo da fé homenageado pelas grandiosas festas e romarias, de fronte ao santuário ornamentado de esmero ao pormenor granítico, espaço amplo, conhecido pelo terreiro, habitado pelo encanto simétrico das grandiosas árvores, que deslumbram o inebriante perfume a tília e refrescam as memórias stressadas da vida, espaço de lazer e diversão sala de visitas, mágico pela sua envolvência guarnecido de expectantes seres vivos, que esvoaçam pelos labirintos das copas, cantarolando e contemplando sentimentos de divindade, enriquecendo uma terapia de sensibilidade.

Vaz Relvas

Vaz Relvas sentiu-se privilegiado contudo aquilo que visionava, relacionava-se com a arte, exprimia todo um conjunto de sentimentos, que se libertavam pelas batidas da maceta nos ponteiros, emitia uns sons de canto para encantar as formas produzidas para enaltecer a conclusão da capela-mor do santuário.

Frequentava as aulas teóricas pelo monitor Oliveira e Silva, dotado pelos seus conhecimentos, tudo era mais fácil, o desenho mecânico, cálculo, execução de moldes, noções de física, alavancas, roldanas, desenho de projectos e interpretação dos mesmos, noções de escalas, estudo das rochas e sua origem, orientação de corte do granito na natureza, estudo das ferramentas, a identificação dos sedimentos das rochas.

Opinião de Vaz Relvas, esta aprendizagem foi gratificante, amadureceu e personalizou os seus conhecimentos.

Vaz Relvas, concluiu assim o primeiro ano de curso de canteiros.

Relembra que o seu primeiro exercício de aprendizagem, foi a execução de um cubo, é uma forma geométrica e comportava as mesmas medidas em todos os lados, para além da sua execução aprendeu a calcular o seu volume e a área de cada face.

A partir deste exercício foi pedido a execução de uma esfera, achou o centro de cada face do cubo unindo todos os pontos e esculpindo linhas mestras com o auxilio de um molde em chapa e o compasso definindo o raio para obtenção circular de uma esfera granítica e outras formas geométricas que eram concebidas e facetadas pelo aço, enquanto talhava o lavrado para obter uma superfície plana e uniforme.

Pirâmides triangulares, a utilização do transferidor e do esquadro para conferir os ângulos, pormenor importante utilizado para identificar também a esquadria das respectivas faces.

O rigor métrico com o enquadramento das peças era exigência preliminar, a interpretação de um projecto para a elaboração do trabalho, a identificação dos alçados, vista de frente e a planta definida pela escala dava-nos uma noção lógica e real do trabalho a realizar através do cálculo convertido pelas fórmulas matemáticas e a regra de três simples.

Vaz Relvas adquiriu conhecimentos e projectou-os nos trabalhos que concebera, dotado pela vocação no desenho tudo fluía, o monitor conferia trabalhos experimentais, ornato, termo específico enquadrado com a ornamentação de diversificadas formas escultóricas.

A determinado momento, o seu amigo Aníbal tomou a decisão de abandonar, o curso de canteiros, implicou algum desagrado a Vaz Relvas, voltaria aos tempos anteriores a viver a solidão, que pernoitava dentro de quatro paredes.

Vaz Relvas era comunicativo, arranjou facilmente novos amigos, integrou-se no grupo de jovens de São Torcato e no coro da igreja, participava nos eventos culturais, etc.

Começou a sentir-se adoptado pela nova terra, as pessoas eram de bom carácter, francas, humildes e hospitaleiras.

Vaz Relvas almoçava e jantava diariamente no restaurante da rampinha era um ambiente acolhedor, ficou gravado na memória dele a simpatia e o bom trato que recebia, agradecido eternamente.

No Verão de 1988, os amigos de Macieira de Cambra, o Eduardo, o Miguel, o Cipriano, combinaram juntos fazer campismo, a visita a São Torcato foi inevitável, ficaram encantados com a beleza natural dessa terra, juntos fizeram-se à estrada até ao Gerês, encontraram o paraíso, efémero pela sua passagem, montaram as tendas no parque de campismo para ali desfrutarem alguns dias de férias.

O consenso no seio do grupo era eficiente, cada um tinha uma tarefa a desempenhar.

Vaz Relvas era o cozinheiro, passaram-se assim momentos únicos que faziam a história daqueles jovens Macieirenses, que viviam as virtudes do aventurismo.

Por entre a densa floresta procurávamos o sol, ao longo do rio, o contacto saltitante de rocha em rocha era ímpar, a cada descoberta.

Vaz Relvas sentia o encontro sadio e verdejante, deslumbrou os olhos salteadores pelos labirintos nos recantos, trilhados nas encostas íngremes divididas pelos cursos de água virgem, que espelhava e figurava a paisagem.

Vaz Relvas esculpia com subtileza as formas que observava.

Uma cortina translúcida penetrada pela emoção no bosque, suavizava um corpo humano feminino, à semelhança da perfeição, que deliberava e gestualizava poses, despida de preconceitos de corpo esbelto, pelo leito verdejante, sonhava abraçá-lo modelando as suas formas com a sensibilidade e a doçura da urze florida, inebriava de perfume as narinas da ninfa, suprema deleitada, no paraíso da natureza.

Momento alto encoberto pela copa das árvores, habitado pela variedade de pássaros que esvoaçavam e flauteavam músicas em ritmos constantes, emitiam uma orquestrada mensagem de encanto para encantar, enquanto o sol espreitava pelas frestas da folhagem, em forma cónica incitava e iluminava uma acção teatral, mulher e a natureza, símbolo da perfeição num mundo perfeito.

Aquele cenário multicolorido refutava os olhos numa vivência de espectáculo natural.

Motivos de reflexão, os sentimentos encontram-se e valorizam-se e contracenam com a natureza.

O regresso de férias, à terra rejuvenescia a sua juventude, o encontro com a família e amigos, nos locais habituais não deixavam ninguém indiferente, pela sua ausência temporária, motivo de diálogo sobre as suas aventuras, o ambiente era arrebatador, era sempre bem recebido por todos.

Participava nas festas organizadas pelos amigos que simbolizavam, alegria, e espírito de diversão recorda os bailes, os aniversários, que testemunhavam a lealdade e o respeito, e a união num grupo de jovens empreendedores na amizade.

Vaz Relvas sentia saudades pelas afinidades do berço que o acolhera, São Torcato, terra afável, sentia-se encantado com a alegria de um povo minhoto e as belas raparigas, que a seus olhos estonteavam as suas emoções.

Terra de verdadeira inspiração profissional, potenciavam uma liberdade escultórica.

Vaz Relvas siso de uma responsabilidade de compromisso com a escola de cantaria de São Torcato, o empenho era bem visível pelo formador Sr. Leites, certo das suas capacidades, mandou-o executar as três primeiras pedras, ornamentadas com baixos relevos, do primeiro arco da capela-mor do Santuário, serviram de modelo para os restantes alunos da escola.

Vaz Relvas sentia-se estimulado pela correspondência manuscrita, que mantinha com uma amiga que residia num concelho vizinho da sua terra, momentos extremamente importantes, que alimentavam o seu ego de sensibilidade por alguém que tanto admirava.

Sentimentos de vida
Estou a pensar
Sou calculista
Embalo a minha mente
Tenho vontade de chorar
De repente sente
Algo que não posso concretizar
Lágrimas perdidas
Vou enxugar
O rio as leva
Deixo de pensar
Caio sobre a terra
Para te adorar
Ó Natureza tão bela
Vou-me prostrar para sonhar
Os astros na tela, correm
Por ela
Fito um olhar, nem quero pensar
Tenho uma amiga
Não vou abandonar
Renuncio ao mundo
Para te agradar
Um espaço fundo eleva  o meu pensamento
Ao esplendor
Lanço um olhar
Para alimentar
A força do amor.

Vaz Relvas

Vaz Relvas executa o último exercício do curso de formação profissional, uma águia com cerca de 1,50m de altura, empenhou-se arduamente nesse trabalho, a pesqu sa era o seu alvo preferido.

Concluiu essa estátua com alguma esteta, foi elogiado pelo formador e amigos, e pela irmandade o reconhecimento seduzia a sua realização, obteve o curso de canteiros com a nota de 19 valores.

Entretanto o imprevisto aconteceu, conheceu uma menina em São Torcato, a paixão modelava os seus sentimentos, a alma gémea habitava nos seus pensamentos e pernoitava coabitando nos seus sonhos, Custódia vivia essa cumplicidade.

Resolveram partilhar uma vida conjugal, foi celebrado o matrimónio no Santuário de São Torcato, abençoados pelo Santo, comungaram as alegrias e preocupações, à semelhança dos outros casais, familiares e amigos enalteceram essa união de facto.

Vaz Relvas foi viver para a casa, onde já vivia a Custódia, propriedade do casal Sr. Alberto Martins Ferreira e sua esposa mais conhecida pelo nome de Bertinha, pessoas magnânimes de bom carácter e de respeito e liberais, deram um contributo bastante significativo no acolhimento do casal “Relvas”.

Vaz Relvas recorda o convívio afectuoso que mantinha com o Sr. Alberto Ferreira, era um excelente vivã de conhecimentos e com grande experiência de vida, os seus testemunhos tornaram-se imortalizados, pela essência e conteúdo que comportavam, exemplos ímpares na imagem de um homem, que impressionava as sensibilidades pela crença, efémero a São Torcato.

A família Relvas presta-lhe as maiores homenagens, a respeito pelas suas convicções, eternamente gratos.

No seio do casal Relvas, complementaram-se as emoções à semelhança de uma divindade pela vida, o nascimento do fruto consagrado pelo afecto e amor, Cátia Raquel menina que floresce à imagem dos seus progenitores, encantadora, eximia de ternura, a sensibilidade magistral personalizou responsabilidades e objectivos na família.

O culminar da felicidade surge pelas experiências de vida, vividas com o equilíbrio pela razão, num mundo onde impera a racionalidade.

Vaz Relvas frequentou a escola de condução Vimaranense, para adquirir o título carta de condução, a importância que esse documento tem, no âmbito profissional, na autonomia do transporte pessoal e familiar, a independência opcional de deslocação a qualquer destino.

Assuntos profissionais:

Vaz Relvas é promovido a formador na escola de cantaria de São Torcato, pelo juiz da irmandade, António Sousa Fernandes, motivo de enorme satisfação, preencheu radiantemente de felicidade, a mente desse jovem, que viveu emoções constantes ambicionava, atingir objectivos, afirmava frequentemente que a realização dele encontrava-se no infinito!

Vaz Relvas enfrentou as responsabilidades, inexperiente como formador, algumas dificuldades na liderança humana, mas no devido tempo conseguiu corrigir algumas lacunas de interpelação, no comando dos seus formandos.

Guarnecido pelos exemplares exercícios, de variadíssimas formas, que textualizava aprendizagens com sucesso, o trabalho de investigação e pesquisa, revelava a criação de um espólio artístico harmonioso, de esculturas executadas pelos alunos da escola.

O interesse pela criação motivava a aprendizagem, os métodos de ensino eram inovadores, a noção das formas, era uma prioridade, as técnicas de execução, o desenho é pronuncio vocacional, descobria-se na realização dos trabalhos obtidos.

Vaz Relvas motivado com os objectivos estabelecia um programa devidamente planeado para o primeiro ano de curso na qualidade de formador.

Noções básicas de manejamento das ferramentas e sua identificação, utilização das mesmas nas diferentes funções de trabalho, elaboração de uma superfície plana com auxílio de linhas mestras, opções de textura e acabamentos, noção de esquadrias, articuladas com o projecto sujeito a uma escala métrica, obtenção de formas geométricas.

Segunda fase, ornamentação das formas esculpidas de baixos-relevos, “tema livre”, nessa fase descobriam-se talentos, pela criatividade explícita nos exercícios, a gestualização dos utensílios caracterizavam a harmonia das formas.

Terceira fase, execução de estatuetas dimensionadas em altos de baixos-relevos, noções de forma e proporcionalidade com equilíbrio, a expressão, movimento, com o auxílio de moldes concebidos pelo desenho, conceitos administrados para a elaboração das esculturas.

Quarta fase, selecção dos alunos habilitados, a compromisso sério e responsável para elaborar peças estritamente identificadas pelos projectos, para a conclusão da capela-mor do Santuário de São Torcato.

Higiene e segurança no posto de trabalho noções básicas importantes, o uso de luvas, os cuidados a ter com a protecção das mãos.

O uso de amortecedores de som, protecção auditiva, métodos de segurança para deslocar blocos de granito, o uso de máscaras, protecção das vias respiratórias ao pó, uso de óculos, protecção aos olhos.

Conceitos de segurança na utilização das máquinas “rebarbadoras, berbequins, rectificadoras, etc”, vestiários devidamente organizados para os alunos, higiene balnear para todos, o uso de uniforme de vestuário, calçado com protecção adequada, limpeza no local de trabalho.

Vaz Relvas recebeu um comunicado do juiz da irmandade de São Torcato, a organizar uma exposição móvel numa carrinha de caixa aberta, com peças escultóricas de destaque, a participar no cortejo alegórico nas festas Gualterianas.

O destaque era bem visível deslumbrava os olhos atentos dos forasteiros, o evento foi expressivo da qualidade, pelo trabalho concebido, pelos alunos da escola da cantaria de São Torcato, imagem dignificante de uma actividade que se encontrava em vias de extinção, o encontro granítico com a envolvência arquitectónica secular das belas fachadas da cidade partilhada pela mesma arte em diferentes gerações, era a festa contraposta pelo movimento num cenário único que enaltecia, o meio citadino.

Os elogios proclamados, enraizavam o orgulho público dos torcatenses, pela mais valia patrimonial e cultural, exposta ao melhor nível.

Vaz Relvas recebeu do juiz da irmandade os maiores elogios, reconhecimento pelo seu desempenho, era solicitado a colaborar na decoração dos carros alegóricos, que saíam a público nas procissões das romarias de São Torcato, era com agrado e dedicação que se empenhava em prol da cultura religiosa, manifestada pela devoção ao glorioso São Torcato.

A escola de cantaria era uma janela aberta para o conhecimento, a todos os níveis, no âmbito social, a experiência obtida pelas relações públicas, na comunicação, e na profissionalização de Vaz Relvas encontrava-se, no momento certo e no tempo certo.

Viagem de comboio Porto–Guimarães
A cada instante 
A todo o momento
O assobio de um comboio
Piu!.. catra pam piu!.. > Bis
Mais parece um berço embalado Deixando correr para trás o ar
Que sufoca na paisagem atlética
Catra pam piu!.. catra pam piu!..
Adormecido como posso
Eu explicar esta sonolência profunda
Sobre a paralela
Catra pam piu!.. catra pam piu!..
A gravilha sombreada
A bagagem que tanto pesa
Um assobio que leveza
Tal cansaço na minha mente
De repente
Encontro-me do outro lado!
Catra pam pim!.. catra pam piu!..
Vaz Relvas
Vaz Relvas

É com imenso orgulho e privilégio, o Relvas, conheceu o formador da escola de talha, jovem de imenso talento, José Vieira Gomes partilhava as mesmas instalações da escola de cantaria e o amigo Jorge Fernandes momentos de relevo, que caracterizavam uma distinção festiva, com frequência no escadório do Santuário, acompanhados de uma viola faziam a delícia musical e canto, momentos prazenteiros, atraiam a expectantes com o mesmo espírito de diversão, pelo convívio saudável de pessoas singelas.

Vaz Relvas tinha como amigo o artista plástico autodidacta, de referência cultural, dedicava incondicionalmente a sua vida, no campo da investigação arqueológica e ao historial social das pessoas influentes na Vila de São Torcato, Armando Martins Ferreira, amigo inesquecível com espírito empreendedor, usava das suas influências apenas para ajudar, deu um contributo significativo em prol do desenvolvimento de São Torcato.

A referenciar a sua obra pública, painéis de azulejos no parque de São Torcato, entre essas, outras que são propriedades particulares, para além de um espólio de manuscritos relativos à investigação, propriedade da família, e o acompanhamento arqueológico no Mosteiro Igreja Paroquial de São Torcato.

Vaz Relvas presta-lhe a verdadeira homenagem ao homem culto que será para ele sempre imortal, passando obstáculos, manifestaram visivelmente o seu perfeccionismo.

A distinção pela eficiência profissional do seu amigo Alberto Araújo, o mestre da construção do Santuário de São Torcato, com o rigor e empenho interpretava os projectos relativos a capela-mor, e orientava todo um trabalho de assento digno de ser observado.

Vaz Relvas destaca a personalidade de Luís Teixeira da Mota, senhor notável, no âmbito cultural, galerista de arte de conhecimentos amplos no mundo artístico, residiu em São Torcato e promoveu valores culturais consagrados na sua galeria, divulgou perante personalidades distintas, o bom nome de São Torcato, amigo distinto de Vaz Relvas.

Vaz Relvas

Relvas, guardava nas suas memórias e nos seus sentimentos o bom exemplo de vida, recorda com emoção e dignidade a hegemonia na história de um povo.

Os laços familiares sempre activos visitado com frequência, motivo de estimulo e de respeito, aos valores pela vida na família, exemplo a seguir.

Relvas pessoa humilde com princípios éticos reconhece os valores que são fundamentados em todas as classes sociais, exemplo disso, cita a importância, o desempenho que tiveram os canteiros, sofredores no tempo unidos pela fé a São Torcato, deram um grande contributo, ultrap mo, pelo trabalho árduo na construção do magnífico Santuário em homenagem a São Torcato.

Relvas, intrigado questiona-se e aclama, era de enorme justiça homenagear os pedreiros do Santuário, tornar público o monumento alusivo, às memórias que perpetuam vivas, nos encantos escultóricos, que nos transmitem uma linguagem expressiva de relevos, nas entrelinhas simbolizam sentimentos artísticos, talhados pela energia, libertada pelas macetas, nos cinzéis, que testemunham a glória de São Torcato.

Procura-se a sensibilidade naqueles que a ignoram.

Vaz Relvas

O Relvas, inócuo, identifica-se como um verdadeiro torcatense, aposta no desenvolvimento de São Torcato, para isso é importante a disponibilidade de todos com espírito inovador, ideias e preocupações reais, inerentes aos projectos a executar para melhor qualidade de vida nesta comunidade.

Vaz Relvas era interpelado com frequência, pela comunicação social, a ser entrevistado sobre a escola de cantaria, conotava uma expressividade linear sobre o funcionamento da escola e a importância que tinha para os formandos, no âmbito profissional e na divulgação de uma arte em vias de extinção, fazia referência à continuidade das obras no Santuário.

As notícias nos jornais regionais e nacionais, e na RTP, abrilhantavam e dignificavam a cultura profissional de São Torcato, motivo de orgulho pela ampla divulgação.

Vaz Relvas tinha um hobby, o desenho e a pintura a óleo, escrevia poesia, sentia valorizar-se no meio artístico, visitava exposições de arte com frequência, galeria Gilde, Museu Martins Sarmento, Museu Alberto Sampaio, Paço dos Duques de Bragança, etc, investigava e informava-se através da leitura sobre os artistas consagrados e as suas obras, cita: biografia de Miguel Ângelo, obra de Rafael, Renoir, Leonardo Da Vinci, Picasso, Salvador Dali, Van Gogh, ect.

Vaz Relvas decorava as telas da vida, enquanto o silêncio sombreava os desencantos comportamentais de uma sociedade, onde impera a injustiça social, as desigualdades e o egoísmo, é notável a luta pela sobrevivência dos mais carenciados.

O Relvas indiferente ao meio social, vivia a angústia das intempéries da vida, projectava apelos incisivos, no seu meio artístico, através da pintura e escultura, o gritante simbolismo expressivo pela razão e sensibilidade. mentais dos seus formandos, em determinadas circunstâncias apelava ao bom senso, para haver um equilíbrio sensato ao bom ambiente de trabalho.

Um estado de espírito 
Dia lindo
Sol dá o dia 
Tudo brilha
Há berros, cantos
Gente enfim
A sombra arrefece o dia
Nas ruas agora 
Cai suor
Povo humilde 
Foge, tudo alagado
Aí vem o fado 
O ar está deslumbrado
De nós
Há chuva 
Triste amargura em nós.
Vaz Relvas
Vaz Relvas

A irmandade de São Torcato, administrada pelo juiz: António de Sousa Fernandes, conhecido, pelo “homem da terra” colaborou incessantemente no desenvolvimento do património cultural e artístico de São Torcato disponibilizava serviços logísticos e práticos em prol desta comunidade, a considerar a sua determinação de elevado prestigio pela sua conduta personalizada que comportava.

A mencionar a colaboração significativa no restauro da igreja paroquial de São Torcato, Vaz Relvas era solicitado pela irmandade, a dispor das suas valências nesses objectivos.

Vaz Relvas

O Sr. Alfredo Fernandes coordenou afincadamente a conclusão de restauro na igreja paroquial consagrado mosteiro, estilo romano, evidenciado pela sua arquitectura e pela sua morfologia granítica, a destacar, onde figura os achados arqueológicos, os frescos sobrepostos no interior, o túmulo primitivo de São Torcato, a capela de Sta Catarina a intervenção artística alusiva ao pintor desconhecido, que deslumbram a importância histórica que envolve a cultura de um povo, a existência de túmulos que se prevêem ser entre o século III ao século V, esculpidos com formas delineares do corpo humano, nas rochas que alicerçam esse monumento.

Era notável o trabalho desenvolvido pelos arqueólogos na pesquisa, nos achados que, por sua vez, evidenciam e fundamentam categoricamente o elevado património de São Torcato.

Vaz Relvas

A escola de cantaria de São Torcato, referência patrimonial desta terra consagrada, como uma das melhores escolas de canteiros do país, pelo desempenho e aprendizagem minuciosa das obras graníticas, que ali se executavam, a conclusão da capela-mor do Santuário, é o espelho da exigência e do rigor manufacturado implícito no interior do monumento.

Vaz Relvas

A irmandade de São Torcato beneficiava de um protocolo estabelecido com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Ministério das Obras Públicas.

O Relvas tinha como função exibir todo um projecto de formação profissional apresentar às figuras representativas do poder central, que visitavam oficialmente as instalações da escola de cantaria e o Santuário privilegiado com a presença de Secretários de Estado Excelência Professor Freitas do Amaral, Juízes do Ministério Público, Directório Eclesiástico de Braga e outras figuras públicas que se faziam acompanhar pelo Juiz da Irmandade de São Torcato.

A escola de cantaria era visitada frequentemente pelos turistas e romeiros.

Era relevante e notório, o empenho e o interesse de alguns alunos na aprendizagem, estabelecida e programada, o assento dos exercícios de aprendizagem elaborados pelos alunos no revestimento decorativo granítico, no parque de São Torcato, colocação de degraus, nos escadórios envolventes, os espelhos e rodapés, capeados e os ladrilhos.

Vaz Relvas orientou todo um percurso de formação profissional durante um período de quatro anos.

Vaz Relvas

No ano de 1995, Vaz Relvas cria a sua própria empresa, tem por título “Pedra Filosofal Arte em Granitos, LDA” .

O primeiro ano foi extremamente difícil a integração no mercado comercial, Vaz Relvas era o mentor prático na elabo ração de cantarias e estátuas, quando surgiu a oportunidade demonstrativa dos seus trabalhos através das exposições públicas, com alguma referência opinada pelos observadores, emitia assim a sua mensagem artística, com diversificadas obras de criação pessoal, mencionava o carro esculpido em granito, mulher com o cântaro, imagem popular humilde do meio rural, uma mísula esculpida com folhagens, identificada pelo pormenor, minucioso de algum exagero estilo barroco, busto de Cristo com algum misticismo e paixão, carranca de leão caracterizada pela simbologia da força e do fogo, relógio de sol desenvolvido a partir das genes da fecundação de uma pedra, com formas lapidadas pela erosão força da Natureza.

Vaz Relvas participou na exposição primeira edição “Feira da Terra”, o impacto foi enorme, deu a conhecer o desconhecido, os contactos prevaleceram, pelo reconhecimento das suas obras, surgiram as encomendas: fonte, estátuas e outras peças artísticas, despertou-se o estímulo de alguém que se encontrava crispado com a sua afirmação.

O novo ciclo de vida tornou-se realidade, após as utopias transfiguradas pelos seus sonhos.

Como afirma o poeta “os sonhos comandam a vida!”

A vida de Vaz Relvas era um baú de surpresas, o imprevisto desprendia-se na azáfama da sua imaginação.

Num célebre dia, Vaz Relvas é visitado no seu local de trabalho, pelo Sr. António Martins, homem que se identificava ser jornalista e escrevia artigos de relevo, para os jornais locais do concelho, impressionado com os trabalhos de Vaz Relvas, prometeu evidenciar e tornar público as suas obras, assim promoveu uma exposição na galeria “PROMETEU” pertença do Sr. Ricardo, Rua de Sta Maria Guimarães.

A influência do Sr. Martins foi extremamente significativa, a seu cuidado moveu individualidades, do meio cultural e do poder local, a estarem presentes na exposição de Vaz Relvas, os elogios sensibilizaram a sua personalidade, foi como um incentivo a perpetuar na sua humilde e modesta imagem.

Noticiado o acontecimento nos jornais comércio do Porto, notícias de Guimarães, Comércio de Guimarães, Povo de Guimarães e na agenda cultural do concelho.

Mas nem tudo são rosas, Vaz Relvas é confrontado com uma sociedade onde habita as incertezas, comedido pela insegurança, por vezes, de auto-estima vivia as angústias a cada dia que passava, libertava toda uma carga energética rítmica, desabafada pelas batidas de uma inocente maceta sobre o escopo como vingar-se na dolorosa pedra, refúgio dos seus sentimentos guarnecido pelas formas, revê nelas a sua própria alma.

Vaz Relvas

Vaz Relvas tem apego aos seus trabalhos, pois eles constituem a cúpula onde alberga o seu consciente, quando os comercializam sente-se fragmentado como se de uma perda irreparável se tratasse.

Ele tem a noção convicta da importância da família, no seu meio artístico, pois a sobrevivência é prioritária, é a essência pragmática do seu consciente, Vaz Relvas possui o conformismo apenas pelo essencial para viver com clara evidência, justifica o esforço psíquico.

Insaciado pela fonte de inspiração, extravasa o surrealismo, e o abstracto a partir de rochas, onde ocultam uma filosofia, desmembrada de partículas lascadas e intrusas as formas pré- concebidas.

O espaço e o enquadramento das esculturas é fundamental pormenor sensível para o seu visionamento implícito de uma leitura perspicaz.

Vaz Relvas menciona as esculturas que a seu belo prazer, tiveram mais destaque: “O BEIJO” escultura surrealista, adquirida pela Câmara Municipal de Mondim de Basto pelo excelentíssimo Sr. Presidente Fernando Pinto Moura, escultura tornada pública, num majestoso e ímpar espaço verde do concelho.

Vaz Relvas

A estátua “SENHORA DA NATIVIDADE” de dimensão considerável cerca de 3,30m de altura, colocada na rotunda ao cimo da avenida, Senhora da Natividade, na Vila de Macieira de Cambra, escultura envolvida pela fonte luminosa, de carácter simbólico à padroeira da Vila que saúda todos que por ali passam.

Vaz Relvas considerou-se um privilegiado pelo testemunho dado e pelo reconhecimento da obra concebida, na sua terra de criação, agradece incessantemente aos primos, Cesário de Sousa e Alice de Sousa são ineviavelmente os grandes beneméritos desta magnífica Vila que contribuíram significativamente para a realização desse monumento alusivo, à Senhora da Natividade e pela confiança estabelecida ao Relvas, tal responsabilidade susceptível de opiniões diversificadas.

A crítica foi notável, pela positiva, a divulgação centralizava-se na enaltecida imagem, que delicia o enquadramento pelas belas paisagens que se avistam no concelho de Cambra, não passou despercebido todo um trabalho interventivo e a reflexão do mesmo Vaz Relvas agradece todo o carinho dado pelas gentes da sua terra, evento divulgado pelo jornal notícias do Porto, jornalista Armindo Cachada e pelo comércio do Porto e todos os jornais do concelho de Vale De Cambra, notícias de vero impacto manifestado pela inauguração, com a presença do reverendíssimo bispo da diocese do Porto e o reverendíssimo padre Fernando Soares, o excelentíssimo Sr. Presidente da Câmara de Vale de Cambra Dr. Fonseca e o excelentíssimo Sr. Presidente da junta de freguesia de Macieira de Cambra e outras autoridades públicas.

Vaz Relvas

Após esse acontecimento, Vaz Relvas era surpreendido pelo convite da RTP a participar, no programa Praça da Alegria, dirigido pelo apresentador tão conhecido, Sr. Manuel Luís Goucha.

Vaz Relvas

Afirmativamente, disponibilizou-se a dar o testemunho pessoal e a referenciar a enaltecer, a sua própria terra Macieira de Cambra.

Vaz Relvas escreve um texto alusivo à “Senhora da Natividade” como identificação da estátua, concebida e pela sensibilidade de agradecimento e de homenagem a todas as mães!

Divulgou a respectiva mensagem, na página do leitor, no jornal de notícias do Porto.

PARABÉNS À MÃE SENHORA DA NATIVIDADE

Monumento em granito fino rendilhado, no cimo de uma colina sadia e verdejante, ímpar na Vila de Macieira de Cambra.

É sala de visitas de todos os quantos por ali passam, e observam a imagem de uma senhora, espelho de vida e luz, invocamos nela a mãe imaculada Senhora da Natividade.

Envolvida por uma fonte, esparrinha água cristalizada, com forma de uma nuvem de neve, é símbolo da vida e a teus pés anjos manifestam louvores de glória, à majestosa mãe esculpida e ornamentada em altos e baixos-relevos, talhada pelas batidas de uma maceta no escopo com sons de música e sensibilidade gestual, deixa sobre ela um sentimento de fé.

De olhar atento e fitado, dócil e acolhedor recebe no seu regaço bem junto ao coração seu filho Jesus, estende o braço e num simples gesto iça com leveza a mão acarinha-o com ternura e amor. 

Mãe esplendora, és padroeira nesta bela e leda colina.

Te saudamos Senhora da Natividade com a coroa de rainha de Portugal.

Vaz Relvas

No ano de 1999, num dia primaveril desperta-se o sonho radiado de luz, alimentado pela seiva da vida, o silêncio expectante coabita as emoções contraídas pela maternidade, no seio do casal Relvas, motivo festivo enaltecido pelo nascimento do filho, pelas 19.30h, a 10 de Maio, João Pedro Relvas manifesta a sua presença viva assinalada pelas fragilidades, mímicas comportamento normal deslumbra a atenção dos pais, a alegria e a emoção resultado de um amor partilhado pela família.

Vaz Relvas vive uma preocupação constante com os filhos, a evolução da sociedade implica atenções redobradas, o acompanhamento, a avaliação comportamental, são desafios pertinentes, minuciosamente observados para que eles sejam o exemplo personalizado e determinado em defesa dos valores éticos, culturais, no respeito pelos outros, com seriedade e justiça, assim possam desfrutar de uma cumplicidade de valores, com um contributo positivo para viverem um futuro risonho e optimista.

Vaz Relvas

Vaz Relvas é sensível à Natureza compara-a e partilha com os valores fundamentais em defesa dos bons costumes na preservação do meio ambiente e na protecção da floresta escreveu um texto alusivo à árvore publicado na página de leitor do jornal de notícias do Porto.

Vaz Relvas

Enquanto o tempo passa sou apenas a imagem de uma planta.

As intempéries do tempo, alimentam este cansaço, pétalas frias baloiçam neste vai e vem.

Atingidas pelo bafejar de um instrumento forte, ao longe ao perto em qualquer lugar, o vento deixa a música num só assobio.

Pobre planta instável encurvada, deseja fugir procurar um abrigo mais forte, sem casa nem beira foge da morte, enquanto criança sua seiva porém sã, acarinhada pelo homem que deixa sobre ela mão abençoada.

O meu cabelo é simples mas forte, vivo sob a protecção das minhas irmãzinhas.

Ao romper da aurora levanto os braços num simples gesto espreguiço todo este descanso.

As noites são só para mim um sono, e um sonho altivo.

No dilatar da vida o meu próprio corpo cresce enquanto os meus pés encontram alicerce mais firme.

As veias transportam de dentro de mim, o sangue que faz crescer a minha própria juventude.

Oh cabeça engrandecida, encontras o tecto mais próximo, azul!

É o tom vazio para além do meu próprio ser, lanço um olhar livre pelo espaço e avisto os outros seres.

A actividade artística continua, Vaz Relvas, elaborou uma estátua de São Pedro de 3,30m de altura para a localidade de Cesar, concelho de Oliveira de Azeméis, a colocar na rotunda onde converge direccionalmente, à igreja e à zona industrial de Cesar, São Pedro simboliza o padroeiro dessa localidade apóstolo de Jesus Cristo, obreiro do trabalho dá testemunho vivo da fé católica implícita, pela humildade, simplicidade, mas visualizado pela enaltecida representação do seu apostolado, identificado pela obstinada crença popular, mensageiro da palavra de Deus.

Cesário de Sousa e sua esposa Alice de Sousa comparticiparam monetariamente na íntegra no respectivo monumento de São Pedro e na rotunda envolvente.

O sublime dia inaugural presenteado pela palavra de Deus, sensibilizou todos os presentes tornando público, o enriquecimento patrimonial cultural e religioso, dessa freguesia.

Presidiu a cerimónia o reverendíssimo padre da freguesia o excelentíssimo Presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, os beneméritos Cesário de Sousa e Alice de Sousa e respectivos convidados presentes, a simpática multidão de pessoas que aplaudiram incessantemente, ao padroeiro, reportagem jornalística nos jornais regionais e nacionais deram destaque à concepção do monumento alusivo ao São Pedro.

Vaz Relvas

Elaboração da estátua do Cristo redentor, de 3,40m de altura concebida pelo Vaz Relvas, pertença de particulares imagem imponente expressão com misticismo e paixão, movimento implícito de braços içados, simboliza a elevação do rei do amor, abraçando o mundo.

Vaz Relvas fez uma reflexão de aprendizagem ao longo de um percurso artístico, menciona aspectos relevantes, no âmbito da investigação e pesquisa, técnicas experiências metódicas, para a concepção das suas obras.

Vaz Relvas

Necessariamente, a matemática sempre presente método utilizado a partir da regra de três simples a proporcionalidade e a leitura de um projecto a identificação do mesmo alçado que visualizam a disposição envolvente do seu trabalho, a lei da física e os instrumentos inerentes adequados a mover as suas obras.

Vaz Relvas

Alguns trabalhos realizados no âmbito da sua actividade profissional: monumento alusivo aos motards de Gonça, brasão na Junta de Freguesia de Caramos, Felgueiras, brasão da Vila de São Torcato na Junta de Freguesia, estátua de São Gonçalo na freguesia de Sampaio, Vizela.

Exposições de esculturas de Vaz Relvas:

Galeria prometeu, Guimarães

Feira da terra, São Torcato

Galeria de Arte Mondim de Basto, “A Fonte”

Casa da Cultura de Mondim de Basto

Feira da Pró Basto, Mondim de Basto

Casa do Povo de São Torcato

Ruínas Bar, Paçô Vieira, Guimarães

Salão de Exposições, Santuário Vale de Cambra

Feira Internacional de Lisboa

Programa Praça da Alegria, RTP Porto

Feira de Artesanato, Póvoa de Lanhoso

Feira de Artesanato, Guimarães

Participação no programa “Verão Vale a Pena” – Guimarães 2009
Surpresa
Ai tanto escasso
Apenas um choupo
Era um lapso
No meio do souto
Um piar piu!... piu!...
Quem era?
Alguém que já fugiu
E corre ele espera
O passarinho esperou
Num ranco a levou
A melodia de outrora
Espera, espera sou eu que mando
Não vás embora 
A luz já se apagou 
E a noite não demora
Piu! Piu!..Piu!... piu!.. piu!...

Vaz Relvas

A família de Vaz Relvas

Com o decorrer dos anos, a ambição resume-se em realizações pessoais a retrospectiva da vida, espelha um percurso de emoções e sentimentos, sintetizados pelas valências concretizadas, algo desperta no consciente os desafios que se avizinham, perspectivas adormecidas acordam para uma nova realidade.

Vaz Relvas

Vaz Relvas vive momentos saudosos de um passado longínquo, contabiliza e faz uma reflexão: a importância suprema da vida enquanto menino, estudante e profissional os benefícios adquiridos à sua valorização pessoal.

Vaz Relvas

Esculturas e Pinturas de Vaz Relvas

No contexto profissional, Vaz Relvas faz um aproveitamento de metais, madeiras usadas, de outros utensílios para adaptar nas suas próprias esculturas, a referir os elementos que identificam e caracterizam as imagens, como o vácuo, bastões de imagens, reconhecendo a importância de mistura de materiais reaproveitados para complementar objectivos conclusivos dos seus trabalhos.

O reaproveitamento de materiais usados é uma designação artística, concebida com espírito de aproveitamento dos mesmos que, à partida, estavam destinados aos confins dos desperdícios, nas sucatas.

Vaz Relvas visiona a importância dos desperdícios com a utilidade de adaptação dos mesmos em projecções artísticas, pode referir algumas esculturas que observa, executadas a partir de sucatas de metal misturadas de elementos fêmeas de parafusos, cadeados, materiais maciços em ferro, com diversidade de formas e a sua junção devidamente programada proporciona elegantes formas que determinam diversificadas mensagens de carácter cultural.

O artista identifica os seus objectivos de vida, planificando projectos de ordem profissional para que os seus objectivos sejam concretizados no rigor da sua planificação. Assim, o resultado do mesmo satisfaz plenamente as suas atitudes.

É uma coordenação a partir de um projecto, com etapas definidas de exigência absoluta, com profissionalismo de rigor, impondo a capacidade de autocrítica, capacidade de aceitar críticas construtivas para auto-determinação na envolvência de compromisso vinculado.