Paula Margarida Pinho

Paula Margarida Pinho

Paula Margarida Pinho nasceu em Vale de Cambra, onde reside.

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e mestre em Estudos Portugueses Multidisciplinares (vertente de literatura), pela Universidade Aberta, é professora no Agrupamento de Escolas de Búzio, em Vale de Cambra, onde tem leccionado Português, Literatura Portuguesa e Clássicos da Literatura, a turmas do ensino secundário.

Há muitos anos que escreve, dedicando-se sobretudo ao texto poético, mas também a outros géneros textuais (narrativas, reflexões, diários, memórias).

Publicou o livro de poemas Sistema Solar (2003, Editorial 100). Também na área da poesia, conta com alguns prémios e diversas participações em antologias, revistas e sessões literárias e culturais.

Obras publicadas

Paula Margarida Pinho
Paula Margarida Pinho, Poesia em Tempo de Prosas (e-book), Vale de Cambra, 2022
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Paula Margarida Pinho
Paula Margarida Pinho, Sistema Solar (poemas), Editorial 100, Vila Nova de Gaia, 2003.
Ler o “Preâmbulo” escrito pela autora
Paula Margarida Pinho
Diego Martínez Lora (coordenação), 10+1 Poetas para Estar, Editorial 100, Porto, 2004, páginas 41 a 52 (“Nas Margens da Solidão”)
Paula Margarida Pinho
Poesia da Nossa Terra, coordenação e edição da Junta de Freguesia de S. Pedro de Castelões, Vale de Cambra, 1999, páginas 209 a 221
Paula Margarida Pinho
Dar Voz à PoesiaColectânea, Câmara Municipal de Ovar, 2000
(páginas 25-26; 81-84; 93-94; 127-130)
Paula Margarida Pinho
Dar Voz à PoesiaII Colectânea, Câmara Municipal de Ovar, 2003
(páginas 17-19; 33-34; 78)
Paula Margarida Pinho
Adolfo Coutinho (coordenador e editor), Castelonenses Ilustres, vol. II, Porto, 2005, páginas 265 a 277
Paula Margarida Pinho
Quadras “Marchando por Santo António”, in Cadernos V, As marchas de Santo António, Jogos Florais 2000, Edição da Paróquia de Vila Chã, Vale de Cambra, página 9
Paula Margarida Pinho
Quadras “Vou vivendo nesta terra”, in Cadernos IV, Santo António: padroeiro da cidade e do concelho, Jogos Florais 1999, Edição da Paróquia de Vila Chã, Vale de Cambra, página 13
Paula Margarida Pinho
Quadras “Santo António, ó meu Santo”, in Cadernos III, Santo António e a Bíblia, Jogos Florais 1998, Edição da Paróquia de Vila Chã, Vale de Cambra, página 33
Paula Margarida Pinho
Esquina do Mundo, Nº 1, Dezembro de 2003, Centro de Estudos Ferreira de Castro, Ossela, Oliveira de Azeméis, (página 145, “Com gestos de paciência”, in “Seis Vozes nas Margens do Caima”)
Paula Margarida Pinho
Filling Station, issue nineteen, 2000, Calgary, AB, CANADA. Páginas 50-51: “Teu Nome” – versão bilingue Português / Inglês (tradução de Paulo da Costa); in “Emerging Voices: Portugal”

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Paula Margarida Pinho

Estas são as Memórias de uma Gatinha Filosófica!

Linda é uma gatinha enérgica e determinada, cheia de sonhos e projetos. É ainda muito jovem, mas já sabe o que quer! Imagina um futuro em que será bailarina e escritora. E sabe que o melhor é começar desde já a preparar-se. Para ser bailarina, vai fazendo exercícios e acrobacias. Para ser escritora, vai escrevendo. E decidiu que, para se lançar, nada melhor do que escrever as suas memórias de infância.

O leitor é convidado a acompanhar a história de Linda, contada na primeira pessoa, desde o nascimento até aos quatro meses de idade. Vai perceber que esta gatinha não teve uma infância nada fácil! A mãe era uma gata de rua e, portanto, Linda e os irmãos estavam expostos a todos os perigos e pareciam destinados a uma vida difícil, numa luta constante pela sobrevivência. Esta gatinha era a mais frágil da ninhada, e escondia dentro de si um desgosto secreto: achava que os irmãos eram muito mais bonitos do que ela. Além disso, Linda parecia atrair todo o tipo de acidentes!

Que acontecerá a esta gatinha? Conseguirá superar as dificuldades, crescer e desenvolver-se, até concretizar os seus sonhos?

Esta história não é um conto de fadas. Pelo contrário, tudo é muito real. Porém, as palavras de Linda conseguem envolver-nos e arrastar-nos para um universo especial, mesclado de ingenuidade, fantasia e otimismo. Somos convidados a percorrê-lo com prazer, guiados por uma gatinha sensível, aventureira e bastante filosófica, que tenta compreender o mundo e viver intensamente a sua vida.

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Paula Margarida Pinho

O livro apresenta cinco partes distintas.

Em “retratos em tons de cinza” encontramos imagens do passado, retratos de épocas que já se foram e deixaram a nostalgia e a saudade.

As memórias são como fotografias antigas, de tons desbotados, que evocam tempos de outrora e reinventam a infância.

Já “autorretratos” apresenta o eu que se observa no espelho e assume o tempo que lhe é dado viver, e também as mudanças que esse mesmo tempo transporta e impõe.

Explora o autoconhecimento, os traços da personalidade: características, gostos, atitudes e opções de vida, sem esquecer a reflexão sobre a criação artística e especificamente literária.

A terceira parte, “imagens vivas que o tempo devora”, marca o centro da obra, tal como a morte marca inevitavelmente o âmago da vida.

Não esqueçamos que Cronos, o deus do tempo, gera a vida, mas também a destrói.

Aqui encontramos reflexões assumidamente amargas e dolorosas, cujo efeito catártico não deve ser subestimado.

São poemas sobre as perdas – a deterioração da vida, a morte.

Não temos dúvidas de que só a aceitação destas realidades nos permite prosseguir.

Os poemas de “as imagens dos dias” remetem-nos para vivências de carácter muito visual, que emergem de situações familiares, ou mesmo domésticas.

Surgem em momentos de atenção à realidade, quando conseguimos contemplar e apreciar a beleza do mundo, o que sempre nos traz ânimo e alegria.

Finalmente, “instantâneos” reúne um conjunto de haikus.

Sabemos que o haiku, composição poética de origem japonesa, se define pela brevidade: três versos apenas.

Por isso parece ter a capacidade mágica de cristalizar um momento vivido, como quem espontaneamente tira uma fotografia e assim capta e preserva a imagem e o brilho de um instante fugidio – “o fulgor / do instante”, nas palavras de José Tolentino Mendonça.

Paula Margarida Pinho

Estas imagens que se inscrevem no tempo reúne poemas simples, por vezes coloquiais, que emergem das reflexões e vivências do quotidiano e tentam (inutilmente, decerto) captar a essência da vida e do que somos, em cada tempo que nos é dado viver.

O livro nasceu do fascínio – ou obsessão? – da autora por duas realidades em diálogo: as imagens e o tempo.

Em todos os poemas, de forma mais ou menos explícita, deparamos com imagens, reais ou interiores: retratos, fotografias, pinturas, desenhos, visões, miragens, sonhos.

Estas imagens ligam-se intrinsecamente a uma época.

Parecem cravar-se no tempo, como que entalhadas através de um paciente trabalho de artesão.

As imagens inscrevem-se no tempo a que pertencem e aí permanecem. Para sempre.

O leitor é convidado a acompanhar a poeta num percurso que parte da nostalgia inspirada pelo tempo que passou, para depois se centrar no “eu” e na vida que cada um de nós constrói ao longo dos dias e dos anos.

Segue-se a expressão (pungente e dolorida) do sofrimento causado pelas perdas, que logo dá lugar aos momentos de beleza e alegria que tantas vezes nos visitam.

Finalmente, o percurso poético termina com o brilho dos instantes imprevistos, que a retina capta e as palavras retêm.

A dimensão claramente visual de toda a obra é complementada e enriquecida por ilustrações da autora, as quais abrem caminhos para novas interpretações, que nascem do diálogo entre as diferentes linguagens.

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Paula Margarida Pinho
Biblioteca Municipal de Vale de Cambra
Paula Margarida Pinho

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