Amandio Soares

Escritor cambrense
Amandio Soares
Amandio Soares

Amandio Coutinho Corrêa Soares nasceu no lugar de Quintã, freguesia de São Pedro de Castelões, em 1884.

Aos 9 anos de idade, foi com os pais para o Brasil.

No Rio de Janeiro, foi chefe da Estação da Estrada de Ferro do Corcovado, sendo, ali, responsável por toda a logística de transporte das peças para a construção do Cristo Redentor, iniciada em 1926.

Durante a sua vida tornou-se um poeta renomado no Brasil, tendo escrito dois livros, com várias edições e esgotados, que foram muito importantes para o Rio de Janeiro: o “Canto da Saudade”, que chegou à 6ª edição em 1932; e o “Rio Maravilhoso”, com a 3ª edição em 1936.

Estes livros também fazem parte do acervo da Biblioteca do Vaticano, oferecidos pessoalmente, por Amandio Soares, ao Cardeal Eugénio Pacelli (Papa Pio XII), quando este visitou o Corcovado em 1934.

Amandio Soares morreu em 29 de junho de 1950.

Apresentação publicada por Ney Deluiz, neto de Amândio Soares.

Minha Terra Tem Nogueiras
(A Castelões – Vale de Cambra)

Minha terra tem nogueiras
Onde canta o rouxinol;
As aves que voam lá
Têm as penas cor do Sol!

Os seus campos são floridos
Têm aroma sem igual,
E o melro canta as canções
Mais lindas de Portugal!

Ao surgir da primavera
Minha terra é um jardim!..
Que saudades que eu não tenho
Dela estar longe de mim!...

Às beiras dos seus regatos
Nascem lindas violetas,
Que à tardinha são beijadas
Por volúveis borboletas!

E minha terra tem flores
Como não encontro eu cá.
E as canções que aqui se cantam
Não me encantam como lá!

As daqui têm melodia:
As de lá, suavidade,
E quando as escuto aqui
Sinto uma imensa saudade!

Quando a morte me levar,
Que eu tenha a satisfação
De morrer naquela aldeia
Que eu sinto no coração..

Bendizendo então a morte,
Mesmo na hora final
Não deixarei de exaltar
A minha terra natal!

Minha terra tem nogueiras
Onde canta o rouxinol:
E as aves que voam lá
São rivais da cor do Sol!