Recordar é viver, para quem se lembra desta “Académica de Cambra“, que além destes craques existiam muitos mais, que honraram estas cores e a sua terra.
A Académica surgiu nos anos anteriores aos torneios organizados e já deixava nessas épocas a sua classe e forma de jogar, pois já era constituída por elementos de algum conhecimento no mundo do futebol, não tinham salários e a sua direção eram mesmo todos os atletas que envergavam estas cores de paixão de alguns estudantes que frequentavam a Universidade em Coimbra e daí as mesmas cores da briosa.
Foram fracassando lentamente, por falte de organização e dinheiros para suportar as despesas necessárias à sua continuação nos campos pelados, que eram os que mais se usavam nessas épocas.
E seguiu-se o Despertar, apoiado dinamicamente pelo Armindo Ferreira Salvador, com equipamento totalmente branco e com alguns elementos de prestigio a acompanha-lo numa divisão que sua tia “ Zulmira da Pensão Cambrense lhe facilitou graciosamente na mesma mas os seus impulsos também fracassaram, até que chegaram vários torneios, na Raposeira – Macieira e nas Dairas, que na sua maioria eram organizados e que muito contribuíram para uma força desportiva apoiada por alguns elementos de elevada craveira financeira e apaixonados pelo desporto, pois alguns desses elementos, também em tempos idos, fizeram parte do grupos que Cambra teve…
Nos anos de 1954, surgiu o primeiro torneio de futebol em Macieira e no Campo da Raposeira, com a participação de vários lugares, freguesias, firmas e familiares que se organizaram para tal efeito.
Passados cinco anos ou seja no ano 58/59, no campo das Dairas se organiza o segundo torneio muito mais vibrante e com equipas reforçadas com elementos vindos de outras origens do Distrito e não só, sendo por tal, possível no decorrer destes torneios, a escolha de vários elementos, jogadores e pessoas entusiasmadas pela coletividade, que deram motivo ao Ressurgimento da Associação Desportiva Valecambrense…
Arlindo Gomes