Videiras e roseiras

Há uns anos, viam-se roseiras plantadas junto à vinha. Não estavam lá para enfeitar, mas era bonito de se ver…
Em 10 anos, as plantações europeias de vinha foram dizimadas pela filoxera, nos finais do século XIX. A filoxera – insecto quase microscópico – veio nas vinhas trazidas da América para a região do Rhône, França.
Este bichinho ataca as raízes da planta que seca e morre em pouco tempo. As videiras da América resistem, porque uma película dura recobre as raízes, mas tal não acontece com as europeias.
O insecto, ao alimentar-se das raízes, injecta uma substância que a planta considera estranha, levando-a a bloquear a circulação da seiva. É como se a videira cometesse um suicídio.
Veio depois a descobrir-se que, pouco antes das videiras serem atacadas, as roseiras sofriam do mesmo mal (hoje sabe-se que a vinha é da mesma família da roseira).
Tal descoberta acidental permitiu atacar logo o mal ainda antes dele irremediavelmente se manifestar.
Sabia-se – pelo estado das roseiras – que a filoxera andava por ali e as pulverizações feitas nesta altura, salvavam a vinha.
Daí em diante as roseiras foram plantadas junto às vinhas…
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