por Manuel de Almeida
Acima da Póvoa da Requeixada, localiza-se, a cerca de 800 m de altitude, o Monte Castro ou Crasto, local cheio de lendas tidas como sendo do “tempo dos mouros”.
Ora, o dito sítio já era habitado muitos séculos antes, ao tempo dos lusitanos. Embora visitado, por vários estudiosos, desde, pelo menos, o ano de 1932, parece que ainda não foram lá feitas escavações (2) arqueológicas.
Já as lendas, relacionadas com as suas imensas riquezas lá enterradas, têm feito sonhar, durante séculos, todos os habitantes das redondezas.
Também a valentia dos seus antigos habitantes é, por demais, conhecida. Eram tão possantes que arremessavam um martelo, sempre que este lhe era pedido, dando um grito, para os seus vizinhos residentes, do outro lado, na Freita, no monte sobranceiro a Cabrum.
Finda a tarefa, lá o devolviam, da mesma forma, por cima do que é hoje a povoação de Carvalhal do Chão; terra que foi berço do distinto agricultor, cantador e poeta popular, Adão Tavares (3).
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(2) – No JC nº 28, II Série de 22 de janeiro de 1932, A.F. Pereira, falando da sua terra, diz que uma Companhia vai explorar o CRASTO. A ele também se referem, entre outros, os trabalhos de Alberto Souto, António S.P. Silva e Francisco Queiroga. João do Crasto, autor nascido, parece, em Pontemieiro, conta-nos ainda uma lenda, que já ouvia em miúdo, e relativa à tentativa de moradores locais, incluindo dois padres, do levantamento, por meio de rezas, do grande tesouro lá existente. (in, VC nº 515 de 92.10.01). (3) – TAVARES, Adão – A Minha Aldeia e Seus Encantos – Ano 2000, pág. 35 e 152.