As aflições acordam o cancro

Caranguejo

por Manuel Luciano da Silva, Médico

Cancro é uma palavra derivada do acusativo latino “CANCRUM” que quer dizer caranguejo.

A comparação do cancro com o caranguejo, feita pelos médicos da Antiguidade, é baseada no aspecto que certos cancros, já adiantados, apresentam, isto é, uma massa central com raízes ou pernas à sua volta, dando ainda a impressão que as dores provocadas são semelhantes à mordedura ou fechar violento das pinças ou “navalhas” do caranguejo.

O caranguejo é um bicho feio. Temos que ter muito cuidado quando lhe queremos pegar, porque tanto caminha para a frente, como para trás ou para os lados.

Infelizmente acontece a mesma coisa com o cancro, pois, também cresce para a frente, para traz e para os lados…

Existem no mundo cerca de quatro mil e quinhentas espécies diferentes de caranguejos.

Em contrapartida, só há 220 tipos diferentes de cancros, (número diferente de células que temos no nosso corpo), número suficiente para causar o terror da humanidade.

Nos Estados Unidos os ataques do coração continuam a ser a causa número um de mortalidade e em número dois está o cancro, verdadeiro flagelo dos americanos.

Este ano mais de um milhão pessoas serão diagnosticadas como cancerosas e 51 por cento, ou sejam mais de meio milhão morrerão da terrível doença.

Qual é a causa do cancro? 

Mas qual é a origem do cancro? A causa principal do cancro é a REPETIÇÃO, repetição do agente cancerígeno!

Os raios ultravioletas do sol causam o cancro basilar da pele, porque a pessoa expõe-se exageradamente ao sol, permitindo a repetição dos efeitos dos raios ultravioletas.

Os técnicos de radiografia contraem cancro da pele ou do sangue quando se deixam expor repetidas vezes à acção nociva dos raios X.

Os operários que lidam com corantes de anilina, asbestos, produtos de carvão, os limpa chaminés, (cinzas), todos correm o risco de contraírem o cancro devido estarem expostos as repetições do respectivo agente cancerígeno.

Está mais que demonstrado cientificamente que os cigarros causam o cancro da boca, da laringe e do pulmão.

Mas o mais importante é notar que há uma relação directa entre o número de cigarros que uma pessoa fuma por dia e o aumento das probabilidades de vir a ser vítima do cancro.

Fumar três cigarros por dia, como se fazia outrora, ou fumar trinta cigarros por dia, como se faz agora, vai uma grande diferença.

Tão grande que às vezes equivale a diferença entre a vida e a morte.

Fumar é portanto o exemplo mais flagrante de que a repetição do agente cancerizante, neste caso o tabaco, causa o cancro!

Sabemos que há certos tipos de cancro que são hereditários, mas contrário à crença geral, estes casos são muito raros.

Igualmente os pesquisadores têm demonstrado que certos cancros podem ser causados por vírus.

Devemos notar que a palavra “vírus” quer dizer em latim veneno.

Portanto, não precisamos de ser cientistas para concluirmos que se “vírus” é veneno, a sua repetição só pode vir a causar efeitos maléficos…

Água mole…

Não há dúvida nenhuma que as repetições dos agentes nocivos físicos e químicos podem causar o cancro.

Mas, recentemente, tem-se verificado que as repetições dos factores mentais negativos podem causar também o cancro!

As repetições das agonias, das aflições, do medo ou do chamado “stress”, podem despertar o cancro!

“Água mole em pedra dura tanto dá até que fura”, um provérbio que tem muito de verdade científica!

Mas afinal qual é o mecanismo científico por que as agonias causam o cancro?

Praticamente todas as defesas do nosso corpo – contra as infecções e contra o cancro – estão concentradas no nosso sangue.

Um abcesso, com a matéria amarela esbranquiçada chamada pus, é composto por glóbulos brancos sanguíneos que morreram heroicamente no campo de batalha para evitar que a infecção se espalhasse por todo o corpo.

Para melhor compreendermos o mecanismo como é que os vários tipos de células sanguíneas actuam na defesa contra as diversas infeções e os tipos diferentes de cancro, devemos fazer uma comparação entre as células do sangue e os automóveis que circulam nas auto-estradas.

No nosso sangue existem dois grupos de células ou veículos:

(1) os glóbulos vermelhos, que tem por função única transportar o oxigénio a todas as células do Neste diagrama vemos as relações entre o timo, e as supra-renais. corpo,

(2) os glóbulos brancos que tem por função exclusiva a defesa do nosso organismo.

As células brancas do sangue são, portanto, os “soldados” e os “polícias” que nos defendem contra os inimigos do nosso corpo, tais como infecções, produtos alérgicos e cancro!

Linfócitos

No grupo das células brancas há cinco modelos diferentes.

O modelo que nos interessa agora chama-se LINFÓCITO, pois, são os Linfócitos que nos defendem contra o cancro.

São os Linfócitos que andam na circulação à caça das células cancerosas, para as destruir, como fazem os carros policiais nas auto-estradas que andam à caça dos bêbados e dos motoristas que excedem o limite de velocidade…

Os Linfócitos para poderem exercer as funções de “carros policiais do sangue” têm que ser como que “pintados”, marcados, com características especiais para poderem reconhecer e destruir as células cancerosas.

E onde, no nosso corpo, é que os linfócitos, ou “carros policiais do sangue” são pintados para nos defender contra o cancro?!

A “garagem” onde os Linfócitos são “pintados” com o emblema da polícia, é numa glândula chamada TIMO.

E onde fica o timo? Fica no meio do peito, acima do coração, entre os pulmões e tem as dimensões aproximadas de uma banana.

Estes linfócitos chamam-se linfócitos-T, em honra da glândula Timo.

Se já sabemos onde os Linfócitos são pintados policialmente, é justo perguntarmos onde é que eles são fabricados?

Nos Estados Unidos os vários tipos de automóveis são fabricados em Detroit, Estado de Michigan.

No nosso corpo as fábricas das células, incluindo os linfócitos do sangue estão localizadas dentro dos ossos, na medula, aquilo que o nosso povo chama o tutano dos ossos, isto é, aquilo que dá o bom gosto à sopa…

Glândulas Supra-renais

Agora só precisamos de saber a maneira como é que os linfócitos ou “polícias do sangue”… são controlados.

O número de linfócitos circulantes é regulado pelas hormonas das glândula supra-renais.

Supra, quer dizer por cima, pois, as glândulas supra-renais estão por cima os rins e são do tamanho de ameixas.

O caroço da glândula — semelhante ao caroço da ameixa —produz a adrenalina que prepara o indivíduo para se defender nos estados de emergências.

Todos nós sabemos bem os efeitos da adrenalina quando nos vemos em situações apertadas: o coração bate mais depressa, a pele fica arrepiada, como acontece ao gato quando se vê em frente de si um cão — começa a bufar, com o pelo no ar, as costas em arco, preparando-se para a luta ou para a fuga..

Ao mesmo tempo que o “caroço” da supra-renal produz a adrenalina, a parte externa da glândula, isto é, a corresponde à polpa da ameixa, produz várias hormonas entre elas a CORTISONA, cuja produção aumenta nos estados aflitivos.

Mas a cortisona faz BAIXAR o número de linfócitos ou “polícias do sangue”!

Deste modo as REPETIÇÕES das AGONIAS e das AFLIÇÕES obrigam as glândulas supra-renais a trabalharem mais, produzindo mais CORTISONA, resultando daí uma DIMINUIÇÃO dos linfócitos que nos defendem contra o cancro!

Ficam assim as auto-estradas com MENOS carros policiais, permitindo às células cancerosas aumentarem de número e de velocidade, dando origem a um maior número de desastres mortais!…

O corpo dum adulto humano possui uma centena de triliões de células!

Mas entre este número incrível existem apenas 220 tipos diferenciados de células.

Mas uma pessoa normal, saudável, por muito estranho que pareça, possui a circular no seu sangue cerca de um milhar de células cancerosas que normalmente são destruídas pelos linfócitos-T, os quais não permitem que se gere um princípio de cancro!

Conclusão

Em conclusão podemos informar que as investigações médicas actuais sobre o cancro revelam: quem tem linfócitos-T ou do Timo, vive, quem os não tem, morre!

Há muito mais agonias e aflições na América que em Portugal.

Imigrantes, controlai os vossos nervos. Ponde de parte os aspectos negativos da vida! Concentrai-vos antes na parte alegre e positiva!

Lembrai-vos que as REPETIÇÕES DAS AGONIAS E DAS AFLIÇÕES ACORDAM O CANCRO!