por António Ayres Martins
Villa com uma só freguezia (N. S. da Natividade) Séde de concelho (de 4.ª ordem) comarca de Oliveira de Azemeis, districto de Aveiro, e diocese do Porto.
Pertence á 5.ª d. m, 9.ª brig. gr. circ. m. C. e ao d. r. r. n.° 24 com séde em Aveiro.
É bastante antiga esta povoação, a que deu foral em 1514 el-rei D. Manoel.
O concelho, um dos mais accidentados do paiz, parece encravado no meio de agrestes montanhas, e está situado na provincia do Douro, a N. E. e um pouco a N. N. E. da séde do districto, do qual, dista 45 kilo-metros, segundo a chorographia moderna, e 32, 2 de Estarreja e Ovar.
Tem escolas para ambos os sexos, estação telegrapho postal com serviço de emissão e pagamento de vales e de encommendas, notario, etc., etc.
Ali proximo, onde hoje se vê uma ermida, ha visiveis vestigios de fortificações de um acampamento romano, no sitio denominado Crasto; tambem não longe da villa se encontram as ruinas do opulento e antigosolar do vice-rei da India, Soares de Albergaria.
O concelho, que produz vinho, trigo, milho, manteiga, linho, gado, caça, etc, comprehende as freguezias: Arões, Castellões, Cepellos, Codal, Junqueira, Macieira de Cambra, Roge, Villa Chã (Purificação), e Villa Cova de Perrinho.
Tendo sido supprimido e annexado ao de Oliveirade Azemeis, por decreto de 21 de Novembro 1895, foi restaurado pelo decreto de 13 de Janeiro de 1898.
Presentemente as estações ferroviarias que lhe dão melhor accesso, são as de Ovar e de Estarreja, mas se fôr levado a effeito o projectado caminho de ferro do Valle do Vouga, cuja concessão já se acha nas mãos de um syndicato, com todos os visos de ser realizado, será isso de grande vantagem não só para o concelho como para toda aquella vasta região, onde as industrias e a agricultura tendem a um grande desenvolvimento devido á variedade dos seus productos e ás muitas fabricasque já hoje possue de lanificios, papel, vidro e outros artefactos.
Do acervo de Álvaro Henriques de Almeida