13 – Diana de Lis

Estação 13 – Diana de Lis

Localização: Rua Padre Manuel Pinheiro de Castro – lugar de Santo António.
Local de implantação: Exterior do Cemitério. Parede lateral esquerda. Nas traseiras do túmulo de Diana de Lis.
Coordenadas GPS: 40°49’44.30″N 8°26’5.22″W
Distância total: 1.73 Km (pedestre) / 1.57 Km (automóvel).
Próxima Estação: 37 m.
Nota: aqui existe um ponto de água.

Diana de Lis

«Neste [cemitério] repousa a malograda escritora Diana de Lis[1], nascida em Évora, que morreu na juventude, autora dos livros “Pedras Falsas” e “Memórias duma mulher da época”, publicados postumamente.» [2]

«Devo, talvez, a este livro o estar ainda vivo. Se não fora o desejo de o publicar, eu teria seguido, possivelmente, a sua autora, quando a morte ma roubou. […]

Ela própria me demonstrou, já à beirinha da morte, quanto são frágeis, perante o Enigma, as nossas humanas coisas.

Disse-lhe eu que os seus livros, quaisquer que fossem os esforços a fazer, seriam publicados e as minhas palavras não constituíram para Ela consolo algum.

Preocupava-a apenas o meu destino, que Ela adivinhava que iria ser, para sempre, de sofrimento, e a referência que eu fizera à sua obra pareceu-lhe até — li-o nos seus olhos, vi-o na expressão do seu rosto — motivo pueril para as horas trágicas que se iam esvaindo. Ela fora sempre assim.[…]

Inicio hoje, com as lágrimas deslizando-me pelas faces e um desespero sempre presente, a revelação dessa alma que foi grande e desse talento que procurou ocultar-se em modéstia e em renúncia.

É cedo ainda para eu me referir a Ela, serenamente. E não sei, não sei se algum dia deixará de o ser.

Cada palavra que estou traçando é um golpe que dou no coração. É como se eu estivesse a escrever com o meu próprio sangue. Mas não quero retardar por mais tempo a póstuma homenagem […] [a esse] altíssimo espírito, que foi o único brinde que a vida me fez.» [3]

1 – Primeiras Recordações
Pseudónimo de Maria Eugénia Haas da Costa Ramos (Évora, 29/03/1892 - Lisboa, 30/05/1930); o mausoléu onde se encontra foi mandado construir por Ferreira de Castro na década de 1960 e integralmente coordenado pelo amigo João da Silva Correia.[2] 
Ferreira de Castro, «De Oliveira de Azeméis a Vale de Cambra», Guia de Portugal, Beira Litoral, 3ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian, 1993, p. 607.[3] 
Ferreira de Castro, «Prefácio» a Pedras Falsas, Guimarães e Cª, Editores, Lisboa, 1931, p. 7-9.