Localização: Rua de Vermoim – lugar de Vermoim
Local de implantação: No sentido Vale de Cambra – Oliveira de Azeméis, à esquerda após a ponte (junto ao muro da mesma), de modo a que se veja o leito do ribeiro.
Coordenadas GPS: 40°50’28.81″N 8°26’11.74″W
Distância total: 12.00 Km (pedestre). / 10.56 Km (automóvel).
Próxima Estação: 890 m.
A partida e o regresso
Manuel da Bouça, com 41 anos, na viagem de autocarro de Ossela para a estação de comboios de Oliveira de Azeméis, que o levaria até Lisboa rumo ao Brasil, contempla, melancolicamente, a paisagem:
«Subiam a encosta de Vermoim; de um lado e outro estendiam-se campos de milho e, através deles, a fila de choupos que debruava um regato.
“Quando voltasse, havia de passar ali, sozinho, no automóvel do Carrelhas — sozinho porque não mandaria dizer em que dia chegaria… Havia de dar uma grande surpresa à Amélia e à Deolinda. Mas quantos anos seriam precisos para isso?”»[1]
No regresso do Brasil, onde estivera pouco mais de nove anos, o emigrante aprecia deleitosamente a paisagem:
«Na descida de Vermoim, uma galinha saltou, espavorida, de sob as rodas do carro e logo, ante a casaria amiga, ele quis sorver mais lentamente ainda a volúpia de tornar a vê-la:
— Vá devagarinho… Devagarinho… — pediu, de novo, ao motorista.
Profunda vibração nervosa exaltava-o, humedecia-lhe os olhos comovidos, levava-o a chorar de alegria. “Vermoim! Vermoim! Ainda estaria lá em baixo o chafariz? E os campos? Os campos! Tão bonitos!”
Sentia ímpetos de abraçar os vultos campesinos que se recortavam nos quinteiros, na estrada e entre os milharais — os vultos humanos e até o jumento que pastava, mansarrão, pachorrento, à margem da via.»[2]
[1] Ferreira de Castro, Emigrantes, Guimarães Editores, 25ª edição, Lisboa, 1996, p. 67. [2] Ferreira de Castro, Emigrantes, Guimarães Editores, 25ª edição, Lisboa, 1996, p. 227.