19 – Travessia do rio Caima

Localização: Rua Padre António José Rodrigues do Carmo – lugar do Chousal.
Local de implantação: Depois da 2ª ponte e após o ribeiro do Riango, à esquerda junto à ramada ou próximo do muro.
Coordenadas GPS: 40°48’51.32″N 8°25’31.39″W
Distância total: 4.74 Km (pedestre). / 3.83 Km (automóvel).
Próxima Estação: 120 m.

Travessia do rio Caima

Ferreira de Castro, no início de 1970, à conversa com Zulmira Rosa Bastos, zeladora da Igreja Velha, e acerca da comunhão solene de José Maria:

a procissão foi ali até àquela ponte…” comenta Ferreira de Castro. “Ti Zulmira” confirma e acrescenta que “naquela altura ainda não tinha ponte nenhuma e atravessámos o rio…, tinham lá umas tábuas…”[1]

«Enquanto a Igreja Velha foi o templo principal da paróquia, de tempos imemoriais até 29 de Junho de 1909 [2], não existia, entre os lugares de Chousal [3] e Selores [4] uma travessia condigna sobre o Caima [5], pelo que, no tempo da infância de Ferreira de Castro, era, também, muito utilizada, principalmente no Inverno, a multissecular ponte pedonal denominada “Cinco Pontes[6], devido ao tabuleiro assentar em cinco pegões de pedra — um em cada margem e três no leito do rio.

O atravessamento do rio neste local constituía uma perigosa aventura, mas nem por isso as crianças que frequentavam a catequese deixavam de o fazer.

Segundo informações recolhidas de pessoas que viveram nessa época, no leito do rio existiam pedras espaçadas em cerca de 70 centímetros, e sobre elas umas tábuas que quase todos os Invernos iam pela água abaixo e tardiamente davam lugar a outras, obrigando as pessoas a saltarem de pedra em pedra para chegarem à outra margem.» [7]

1 – Primeiras Recordações
[1] Transcrito do filme “Vida e Obra de Ferreira de Castro”, de Faria de Almeida, Tele-Cine Moro, Lisboa, 1971.
[2] Data da inauguração da actual Igreja Matriz, em Santo António.
[3] Onde nos encontramos.
[4] O povoado que fica na outra margem.
[5] A ponte do lado de Chousal foi construída em 1919 e a do lado oposto iniciada em 1926
[6] A ponte que atravessámos há pouco (para quem fez o percurso pedonal), a cerca
[7] Informação de António Jesus Gomes, osselense, investigador da história local de 960 metros a montante deste local.