Os Cinemas que Cambra teve

Os Cinemas que Cambra teve

O PRIMEIRO
Era no Mercado Municipal, foi no ano de mil novecentos e quarenta. Explorado nesses tempos ídos, pela Dª, Carlota Ribeiro, cujo o seu título era o PROGRESSO.

DEPOIS SEGUIU-SE O SEGUNDO
Que foi nos fundos da Pensão Bastos, prédio este, que pertencia ao Comendador, Luis Bernardo de Almeida, o seu Administrador: era o senhor Ângelo Henriques, seguindo-se o senhor Albino Leite, Martins Barbeiros, Carlos da Farmácia e por último, Gabriel Pinho da Cruz.

Nestes os seus maquinistas: eram o senhor Ângelo, como ajudante tinha o senhor Armindo Lopes, que tinha vindo de Lisboa trabalhar para os Escritórios da firma Martins & Rebello, finalizando o senhor Filoménio, que mais tarde contou com a ajuda de seu filho.

Os cobradores dos bilhetes, para o nosso ingresso na sala eram: o Justino Leite, Carlos Farmácia e Martins Barbeiros.

Os porteiros eram o senhor José da Portela, Álvaro da Felicidade e Ferreira Leite.

Mas que saudades e memórias eu, lembro deste CINEMA, que íamos ver os filmes, numa sala constituída por Balcão e Plateia, cujas cadeiras eram em madeira e o tampo recuava após a nossa serventia, dando-lhe muita atenção para não ficarmos magoados, depois aquele enorme pano ecrã, que nos deliciava em momentos de alegria e com o bilhete na mão se dava o acesso ao nosso lugar com a ajuda do porteiro de serviço e com o seu habitual foco de olho de cavalo, que ele sempre o retirava do bolso.

Depois se dava o intervalo: na saída da plateia ao nosso lado esquerdo existia uma fina Mercearia e do lado direito uma sala de refeições.

Na mercearia, era sempre usual, a compra de uns rebuçados somente de açucar e em alternativa para bolsos mais recheados de moedas ou notas,eram uns da fábrica Regina e com os dizeres “Amores”.

Para todo aquele cliente, que não amante de doçuras : viravam-se para o outro lado , pediam umas cervejas , umas laranjadas o sumos da laranjinha “C”, ou pirolitos, uns copos de vinho e as famosas sandes com a patanisca de bacalhau, que eram servidas por lindos sorrisos e modos da simpática família BASTOS.

Para a utilização do Balcão, era pela porta principal da Pensão, mas em alternativa, usava-se aquelas fortes escadas feitas em madeira que normalmente eram somente usadas pelo pessoal ao serviço do senhor “Constantino de Bastos (Copa).

Os filmes, passavam, às quintas sábados e domingo s, eram muito convidativos, mesmo depois de nos serem apresentados, na vía pública e em lugares habituais, os cartazes que apresentavam as melhores cenas e os seus artistas.

Frequentavam pessoas de todas as idades e muitas delas, sempre com o seu lugar cativo, para todas as sessões.

Cessada esta atividade que durante anos nos apaixonou, nos entusiasmou por muitas horas e em momentos felizes.

Passou a ser a Oficina de Reparações do senhor Manuel Ferreira Guimarães (Bela). Hoje é a Pastelaria Tulipa.

QUANTO AO TERCEIRO E ÚLTIMO
Que o mandou edificar, o senhor Comendador, Gabriel Pinho da Cruz, “O HOMEM BOM“, que lhe foi conferida a comenda pelo nosso Governo, em 17 de Novembro do ano de 1964, da ordem da Benemerência, por ele: era mesmo um “HOMEM BOM”.

E foram largos anos, que este Edifício do “NOVO CINEMA”, com que todos nós Cambrenses contávamos, servindo-se do seu conforto era deslumbrante o seu serviço encantador, que sempre contou com o Administração do nosso saudoso e amigo “Manuel Tavares de Bastos, filho da família Solar de Areias”.

Os Cinemas que Cambra teve

Esta casa de espectáculos, construída, por empreiteiros Cambrenses, de elevada competência profissional, Arquitetos e Engenheiros, que lhe deram uma elegância em todos os seus compartimentos na obra, que sob a alçada do senhor Manuel Tavares de Bastos que por tal, foi escolhido provando a sua competência e tornando-o num dos melhores do PAÍS.

A sua inauguração foi em 11 de Julho de 1970, a sua benção foi o Rev. Padre Oliveira Maurício, o corte da fita, pelo então Director Geral da Cultura e Espetáculos, senhor Dr. Caetano de Carvalho, contou ainda com a presença do Governador do Distrito de Aveiro, Dr. Vale de Guimarães e o nosso Presidente da Camara Dr. Prado de Castro.

Nos fundos deste maravilhoso “CINEMA”, tínhamos uma estação de serviço “RENAULT”, de elevado gabarito e assistência competente pelo então e saudosos amigo, senhor MEIRA, que vindo de terras de Leiria, para a firma Martins & Rebello, como mecânico competentíssimo, rapidamente se manifestou um elemento, que se dedicou a este projecto entusiasmado pela maioria das firmas da nossa Terra.

Mas como eu memorizei nestas duas casas de Espectáculos um filme de tempos idos, cujo título era: “E TUDO O TEMPO LEVOU “.

PASSADOS: precisamente neste mês de JULHO, quarenta e três anos, em que o nosso Presidente Dr. Prado de Castro, tornou público a deliberação da Câmara, que nesta data 08/07/70, tiveram a honra em propor, como prova de indelegável gratidão deste Concelho a tão ilustre filho da terra, que mandou construir uma admirável CASA DE ESPETÁCULOS DAS MELHORES DO PAIS. Cedendo à artéria que, do lado sul, confronta com o (Cinema de Vale de Cambra).

Que apresentada e lida, foi aprovada por humanidade com o nome de Rua: Gabriel Pinho da Cruz (filho).

Os Cinemas que Cambra teve