O Utilitário Matadouro

Já era bastante usado, mas se considerava nesse passado bastante útil e com capacidade para todo o abate de gado para consumo no nosso Concelho.

As vitelas eram de pesos muito reduzidos, quanto aos suínos, cabritos e ovinos, eram mesmo muito poucos que se abatiam. E no gado adulto eram cerca de meia dúzia por semana e das quais as de peso mais elevado eram abatidas pelo “ Saudoso Adriano Rival “, destinadas à casa de Saúde de Macieira de Cambra.

Tudo isto após os anos sessenta, porque despertou imenso o seu abate no seu todo, se foram criando condições para o mesmo com a montagem de “ Salsicharias e de talhos”, com montagens modernas e espírito novo assim como as ideias, que com câmaras frigoríficas, moveis e higienicamente bem montados, para a satisfação dos seus clientes e corresponder ao movimento atual.

O Utilitário Matadouro

Os talhantes, com mais volume de consumo, tiveram que usar a madrugada, nos dias de mais abate e semanalmente, com a autorização deste saudoso amigo, formado de grande personalidade e de um carater  e seguro de uma alma nobre que o foi este médico veterinário, “ Almeida Henriques”, que vivia a poucos metros do Matadouro e que sabendo das imensas necessidades dos talhantes da altura e se deslocava ao final do dia, aos currais verificar todo o gado que ali, estava estacionado para abate no dia seguinte e para ser abatido.

Começou por facilitar, a esses talhantes que mais tinham necessidade de usar o Matadouro, pela madrugada essa abertura, para que os outros de menor envergadura, tivessem a sua vida mais facilitada.

O Utilitário Matadouro

Este digno veterinário, sempre foi uma figura dotada de bons sentimentos, e ao serviço deste Matadouro sempre foi ladeado por competentíssimos fiscais Municipais, como o foram durante estas épocas, os saudosos, Junqueirita, António Coelho, Manuel Raposo, Chico Jardineiro, Manuel Pinho, Manuel Borges, e Abílio Vide e outros que tinham passado antes destes competentes funcionários Camarários.

Assim como o testemunho, nestas guias Municipais, rubricadas, pelo chefe da Secretaria de então o saudoso Doutor Emes Ribeiro e o Tesoureiro, também saudoso senhor Antero Gândra.

Ao homenagear este saudoso médico veterinário António Henriques de Almeida”, natural de Vila-Chã, nascido a 15 de Junho de 1917, vindo a falecer com apenas 61, anos no dia 23 de Julho de 1978.

Porque até aqui sempre tinha sido um marido, um pai e avó exemplar, que muito honrou a sua profissão como veterinário Municipal e que fez parte de várias coletividades Concelhias, sendo sempre considerado por todos nós pela sua natureza e não por autoritarismo, mas às vezes até de mais nos prazeres da vida que, a final o traiu.

Foi o destino. Mas ficará para sempre o seu exemplo para a sua família.

Para os conterrâneos, para milhões de amigos que soube criar e que agora se curvam, em prece e evocação histórica deste “ HOMEM” que ajudou imenso o nosso Concelho.

O Utilitário Matadouro

Na minha imaginação, nunca sonhei como grande amigos que sempre o fomos, ter motivo para testemunhar hoje publicamente, porque ele, sempre foi insubstituível como veterinário, para quem tudo estava bem, mesmo quando tinha que reprovar uma ou outra rês por não se encontra em condições de consumo, ou por falta de idade para a sua classificação como adulto.

Sempre mesmo sempre, o entendi muitos anos, como um amigo da terra, dos animais que salvava e da natureza que tanto adorava, tornando-se mesmo um apaixonado pelo setor da agricultura nos solos da“ Malhada-Arouca”, com uma vasta área de terreno de cultivo e mato e que longos anos o acompanhei, no transporte de vitelos para a sua criação e depois de criados e com o peso que se verificava-se para o seu rendimento comercial eu, os transportava de novo para o seu abate.

Por tudo isto, foi um homem com as suas qualidades, de educação e de bondade, que só criou amigos em toda a parte e que demonstrou em serviço toda a ordem e nos lugares que ocupava sempre o fez com uma força telúrica.

                        “ No passado, sempre se ouvia dizer que o destino marca a hora, e quis o destino que este homem bom, terminasse o seu itinerário; Cambra ficou mais pobre, pela perda deste extraordinário Veterinário “ !!!