O Apregador de Ervas

Parece mas não era pedinte, mas era sim um vendedor de ervas que colhia em diversos solos, por onde ele, passava e que sabia que os mesmos depois de devidamente secos e selecionados por si, depois colocava-os em sacas de plástico, carregava-os às suas costas e de porta em porta, de lugar em lugar, “ apregoava tenho chás que desincha a barriga o estomago, acalma o sistema nervoso e faz bem a tudo”.

O Apregador de Ervas

E assim andou ele, por terras de CAMBRA, por muitos anos não se considerava um curandeiro, nem usava as técnicas de bruxaria, mas uma coisa era certa, ele vendia mesmo muito produto em sacos de quantidades reduzidas e ao preço de dez tostões cada.

Quase ninguém o conhecia, nem sabia o seu nome, porque ele, era pessoa de poucas falas e acabou mesmo, passados alguns anos, por deixar de aparecer na zona, dando motivo a que aparecesse um substituto dos lados do Areal – Castelões, de nome Ernesto da Agualva, que também começou por vender, quase todo o tipo de Chás, que indicava para a Icterícia, dores da barriga, dores de ossos, enfim davam para todo o tipo de doenças.

Ervas que nasciam e cresciam em campos, leiras, lameiros, ribeiros e matos e que era público no passado, que ervas de Cidreira, Malvas, Freixo, Hipericão e tantas outras, que as pessoas mais idosas, tinham altos conhecimento em utilizá-las para a cura da saúde dos seus familiares considerando-as ervas milagrosas, que substituíam os produtos farmacêuticos e que os seus custos eram relativamente graciosos, só custavam o trabalho de as  procurar nos solos, onde elas cresciam e apareciam à disposição de todo o seu utente assim como outras pessoas que se inteiravam que estas ervas eram mesmo milagrosas e ajudavam imenso nas suas possíveis curas e vinham aqui procurá-las.

Arlindo Gomes