por Arlindo Gomes
Assim o pronunciávamos e utilizávamos todo o seu acesso, assim como nos dias de feiras 9 e 23, se comercializava varias novidades, galinhas, coelhos, ovos e todo o tipo de carnes de porco, mais tarde a comercialização de porcos alentejanos, vindos de Loureiro – Oliveira de Azeméis, pelos “Oliveiras das Peles, que os pesavam em bruto e assim os vendiam para abate e consumo da nossa população e outras circunvizinhas, que vinham às feiras, já preparados, com as notitas dentro das sacas de retalhos, para comprarem o porco para o seu governo durante todo o ano.
Na compra e vende de ovos, tínhamos a Tia Venância e sua vizinha Maria das Figueiras, em Lordelo a Tia Leonor Pereira e suas filhas e que não compravam só nas feiras e mercados, também andavam de porta em porta a comprar às dúzias e na quadra da “ Páscoa Folar “, passavam pelas residências dos Padres, com enormes cestos de verga, contava quantidades de dúzias de ovos e depois carregavam nas Camionetas Amarelas e Azuis, para o Mercado da Cidade do Porto, para as Pastelarias e Restaurantes, escoavam todo o seu volume de ovos que se movimentavam em Vale de Cambra.
Eram clientes na sua maioria já habituais e sempre certos no seu consumo, que deu motivo a que este negocio, que ainda hoje funciona com familiares da saudosa Leonor Pereira “ Saraiva “.
Ovos que se transportavam cuidadosamente em cestos e gigas, para toda a parte, passando mais tarde a serem movimentados em caixas de madeira, depois em cartão, hoje na sua maioria é em plásticos próprios.
FEIRA DOS OVOS: que deixou todo este movimento, que esteve ao serviço do passado, passando a movimentar roupas, barracas de comida e durante muito tempo esteve sempre patente e ao publico esta “ Barraca do senhor António Valente, como Pavilhão Oliveirense “, mas que entre nós era mais conhecido pelo senhor Valente das Panelinhas, que habitava no Moradal, com sua família.
Para quem não lembra e desconhece a existência de um fontanário público ao canto direito da Estrada Nacional, que a todas servia e que também se tornou muito útil aos famosos jogadores desses tempos que ali faziam a suas peladinhas e se lavavam e refrescavam nesse saudoso Fontanário Público que tantos anos ali permaneceu e que deixou imensas saudades, principalmente todo aquele que se serviu dele.
Hoje, é o largo João de Deus, depois da sua inauguração em julho de 1970, como Parque Infantil e repouso para qualquer idade, como o prova a foto embora que nos seus laterais ainda se mantenha nas paredes e em profundidade, gravado na massa o símbolo “ FEIRA DOS OVOS“, que não deverá ficar esquecida pelos nossos presentes e futuros governantes, porque são coisas do “ PASSADO “, e que se deveriam memorizar para sempre em honra daqueles que foram os seus padrinhos, com muitas dificuldades, pouca agua benta, “ mas com palavra dada, palavra honrada “, e assim o deveria ser, para que alguns dos seus familiares ainda existentes entre todos nós e que sentissem orgulho dos seus antepassados, lembrando o bem que eles, ofereceram às suas terras, deixando estes símbolos e locais como Memória.