Uma artéria onde se convivia com tradições, amizades, muita puras e perfeitas, como se de uma família se tratasse.
Hoje, ainda me lembro da minha humilde infância ver ouvir e a chamar pelo saudoso MERCADO MUNICIPAL, assim como a alusão aos logísticas que vendiam de tudo e pretendia-se, com essa referência distinguir as características comerciais e suas moradias que diferenciavam os locais dos estabelecimentos em todos os lados que faziam o retângulo do mercado e das suas artérias, tomando como ponto de partida as quatro entradas das ruas envolventes.
Iniciando debaixo até à actual Avenida Camilo de Matos, e pela nossa direita, tínhamos a “Quinta do Novo Rico, senhor Silva de Macinhata”, depois a casa da Dona Malvina Cubal, que nos seus fundos existia a famosa tasca e mercearia da Tia Guida Batista e sua família.
Mais tarde, no andar de cima, passou a ser a primeira Escola de Condução de Vale de Cambra, fundada pela de Oliveira de Azeméis, como sua filial, depois a sede do nosso Valecambrense e hoje é casa de habitação, com moradia de luxo.
Entre este prédio e a Quinta das Tamancas, existia o caminho da Lacto-Lusa, Lda., hoje a Rua das Flores.
Estas fotos, mostram nesses tempos a propriedade nos seu todo da como o era a Quinta das Tamancas, com os três irmãos Claudinos com sua mãe, que alguns anos a utilizavam, para a seca de lenha e cultivam com novidades, mais tarde a casa foi usada por dois médicos veterinários Municipais, para depois se tornar na Adega Pinto e sua família, já que dentro da mesma Quinta deu também lugar a um barraco construído a prepósito para a Oficina do senhor Umbelino Fuste e neste preciso momento é o nosso SANTUÁRIO.
Continuando na mesma artéria, aparece-nos o prédio que ainda hoje se mantém de pé é pertença da Casa de Areias e seus herdeiros, que alguns deles aqui moravam com as suas famílias e nos seus fundos tudo era comercial.
Passo a explicar os que ocupavam os comércios nesses tempos idos:
A primeira Tipografia de Vale de Cambra “A Gráfica Cambrense”, de Fernando Tavares de Almeida, a Chapelaria Maia, o Talho do Tomás Gomes, a Oficina do Augusto da Pinha, “O Falante“, a Farmácia Matos e o Consultório do “Diga trinta e três”, o Doutor Abel, que foi um competentíssimo médico da terra e longos anos um prestigiado membro da União Nacional, em prol e protecção de muitos dos nossos habitantes, dos quais muitos necessitaram da sua ajuda e que ele, sempre de braços abertos indicava “estes não!”
Lembrar estes acontecimentos do passado, é uma justa homenagem, a todos eles intervenientes, que dignificaram com o seu esforço e sabedoria o bem dos seus e da sua terra.
Neste prédio que se foca o outrora, com seus estabelecimentos, também nesses tempos, os seus moradores eram: a família Figueiras, os herdeiros Fernando e Abel, com suas famílias, para depois a família “Chiquinho da Ponte e no restante do prédio o Doutor Abel de Almeida Gomes e sua família. Ao falar do passado e lembrar como o era.
São momentos de elevada emoção transcrevê-los para o papel e deixar para a nova Geração.
Arlindo Gomes