Castiços de Outrora

Foram o TIÃO E O ZÉ COLINHO, duas das figuras mais típicas que tivemos na nossa terra, com características diferentes, mas tanto um como o outro, encantavam quem estivesse presente, não havia tristeza nesses humanos, dialogavam lindamente e criaram muitas histórias, todas elas, de sua autoria, que as apresentavam em público de elevada graça e maneiras.

Castiços de Outrora

Eram humildes, muito honestos, que deram motivo a que os seus nomes e as suas virtudes, deixaram em terras de Cambra, muitas memórias, assim como muitas saudades e principalmente este o ZÉ COLINHO, que em qualquer local que ele aparecesse não havia tristeza.

Ele mesmo, de tudo fazia para animar. Dançava, cantava e sempre dizia: “Elas querem colinho”, daí permaneceu longos anos do seu viver esta alcunha que ficou sempre patente como O ZÉ COLINHO.

O TIÃO era solteiro, sua profissão Marceneiro de elevada qualidade e, nas suas horas vagas, entretinha-se  a fazer móveis e outros objectos em miniaturas, com muita perícia e das madeiras de referência que encontrava na Oficina de seus pais o Tio Horácio Martins.

Era muito raro vendê-las, porque sentia muito prazer nelas, assim como o gostava de fazer ao oferecê-las a quem ele bem entendia, ficando muito satisfeito por tal.

Quando esta figura, penetrava em qualquer casa mais abundante ele, dizia:
“Aqui os ratos não choram!“

Não era pessoa de muitas falas, mas sabia escolher os seus melhores amigos, não tinha carta de condução nem tão pouco se preocupava em adquiri-la, mas tinha muita classe em fazer a condução da carreta do seu pai, para o transporte dos móveis vendidos aos clientes e para qualquer local , sem provocar qualquer acidente.